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Dólar alto leva fabricante de computador a deixar o País

Por Agencia Estado
Atualização:

A Acer, fabricante de computadores com sede em Taiwan, encerrou as atividades de todas as subsidiárias na América Latina, com exceção do México. Segundo o diretor-geral da Acer do Brasil, Antonio Martho Camacho Filho, a reestruturação foi motivada pelos prejuízos consecutivos registrados na Região. "A América Latina já não vem bem faz tempo", diz o executivo. Camacho permanece no escritório brasileiro por mais duas semanas, a fim de acompanhar a transição para a subsidiária de Miami, que centralizará ainda os negócios do Grupo Acer na Argentina, Chile, Peru, Venezuela e Colômbia. Outros três, dos 10 funcionários do grupo que permaneceram no Brasil, também devem ser desligados da Acer. Em 2001, o grupo faturou US$ 200 milhões na Região e US$ 3,23 bilhões em todo o mundo. Por enquanto, para efeitos jurídicos, a Acer Computation Latin America (ACLA), empresa do grupo que centralizava as operações no Cone Sul, continua em operação. "Juridicamente a Acer das Américas, que reúne todas as operações do continente americano, ainda existe", explica Camacho. "Isso porque a Acla tem ações em bolsa, mas em breve a empresa deve ser encerrada". A única subsidiária que será poupada, a do México, foi beneficiada pela proximidade com os Estados Unidos, de onde são importados os equipamentos. De acordo com nota da companhia, os "recursos financeiros que estavam destinados para manter uma operação local em cada um desses países, a partir de agora serão redirecionados para ações concretas que representem solidificar a relação de negócios com parceiros estratégicos locais, provendo maior suporte às atividades mercadológicas e melhorando a qualidade dos Centros de Serviços". Para a vice-presidência da Acer nos EUA, Canadá e América Latina, o grupo nomeou o executivo Eric Tien, que se reportará d iretamente ao presidente da Acer, Patrick Lin. No Brasil A reestruturação da subsidiária brasileira teve início no final do ano passado, quando foi encerrada a fabricação própria de desktops e servidores no País. Em janeiro deste ano, a Acla oficializou o fechamento da fábrica de Barueri (Grande SP) e cerca de 60 funcionários foram demitidos à época. "A subsidiária ficou responsável pelo suporte, serviços e controle dos canais de vendas", conta o executivo. Além do encerramento da produção local, a Acer do Brasil pôs em marcha um plano de negócios vendas de notebooks e servidores. "Como deixamos de fabricar aqui e a concorrência tem plantas no País, nosso preço tornou-se inviável", explica Camacho. "Além disso, com 70% do volume de PCs sendo comercializado no mercado cinza, não vale investir nesse segmento", acrescenta. Os compromissos em dólar mantidos entre a subsidiária brasileira e as empresas da Acer também agravaram a situação no País. "Com a explosão do dólar, os acertos da Acer do Brasil com as demais empresas ficaram muito caros", afirma Camacho. "O que nos prejudicou foi o modelo velho de negócios e não o novo", acredita o executivo. Há cinco anos, todas as subsidiárias latino-americanas contavam com fábricas próprias. Naquela época, México e Brasil correspondiam aos maiores faturamentos do grupo na América L atina. A última fase da reestruturação, que se deu em maio deste ano, limitou as atividades da subsidiária brasileira a suporte e assistência técnica. "Então foi criada a empresa CNS, da Acer, que absorveu os 25 funcionários do suporte e passou a prestar esse serviço", contou Camacho. Para o executivo, a tendência é de que o volume de 2 mil equipamentos da marca Acer que são comercializados por mês no País seja mantido pelas cinco distribuidoras do grupo: MetroComm, Agis, CDI Brasil, Travel e Isatec.

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