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Dólar aproveita melhora no exterior e cai 1,35%

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Por Silvio Cascione
Atualização:

O dólar devolveu toda a alta da véspera nesta terça-feira, acompanhando a melhora do mercado global após medidas de vários bancos centrais para aumentar a liquidez do sistema financeiro. No meio do dia, a informação de que o governo preparava ações para conter a apreciação do real conteve a queda do dólar, que chegou a operar estável. Mais tarde, porém, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que um pacote esteja em curso e abriu espaço para que a divisa voltasse a cair. A moeda norte-americana cedeu 1,35 por cento, para 1,684 real. Na segunda-feira, o dólar havia fechado acima de 1,70 real com a preocupação no exterior sobre a saúde das instituições financeiras em meio à crise global de crédito. Essa tensão levou os principais bancos centrais do mundo, incluindo Federal Reserve e Banco Central Europeu (BCE), a anunciar nesta terça-feira a injeção de centenas de bilhões de dólares para aumentar a liquidez do mercado. "Alivia a crise afastando, em tese, o risco de quebras iminentes", disse Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora, em relatório. Nos Estados Unidos, as principais bolsas subiam cerca de 3 por cento no final da tarde, e o risco Brasil tinha queda de 19 pontos-básicos. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) também avançava mais de 3 por cento. No cenário interno, o principal assunto no mercado foi a informação, negada pelo governo, de que haveria medidas para conter a apreciação do real. Entre as ações estariam a volta da tributação do investimento estrangeiro em títulos públicos, possibilidade rechaçada pelos investidores. "O mercado ficou um pouco nervoso com a especulação sobre a taxação", disse Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy, sobre a relutância do dólar em cair na metade da sessão. Mas, segundo Alexandre Schwartsman, economista do ABN Amro e ex-diretor do Banco Central, algumas das medidas seriam bem-vindas, como o fim da obrigatoriedade de cobertura cambial pelos exportadores, por eliminar restrições do mercado. Nenhuma delas, porém, teria efeito duradouro sobre o dólar. No final da sessão, o Banco Central realizou leilão de compra de dólares, com taxa de corte a 1,6874 real e uma das propostas aceita, segundo operadores.

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