PUBLICIDADE

Publicidade

Dólar aproxima-se de R$ 2,00; Meirelles minimiza crise

Presidente do BC não disse se esta alta do dólar preocupava a autoridade monetária. Limitou-se a responder: "não comentamos a cotação do dólar"

Por Fabio Graner e da Agência Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não fez comentários mais profundos sobre a crise nos mercados mundiais, mas reiterou que "o mercado financeiro opera na mais absoluta normalidade."O Banco Central continua monitorando os mercados mundiais", disse nesta terça-feira, quando o dólar já se aproxima de R$ 2,00. Ele não disse se esta alta do dólar preocupava a autoridade monetária. Limitou-se a responder: "não comentamos a cotação do dólar". Veja também:Wal-Mart tem lucro abaixo do esperado e reduz previsãoUBS tem lucro maior, mas faz alerta sobre turbulências Veja o fechamento das bolsas européias Em um dia de acentuação do estresse nos mercados, a moeda norte-americana operava, às 15h37, com alta de 2,42%, cotada a R$ 1,99. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) está em queda de 2,48%. Meirelles falou ao deixar o Ministério da Fazenda, onde esteve reunido com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Clima de tensão Em Nova York, os mercado operam em clima de tensão notícias negativas que vieram nesta terça. O fundo mútuo Sentinel Management Group, um dos mais antigos (fundado em 1934) e respeitados dos EUA, pediu à Comissão de Negociação Futura de Commodity permissão para suspender temporariamente os resgates. Em momentos de estreese, os gestores não conseguem calcular o preço 'justo' dos ativos que compõem o fundo. Por isso, preferem fechar para resgate, evitando perdas para os investidores. Mais cedo, o Wal-Mart reduziu projeção de lucro para o ano. Um dos motivos é a crise no mercado de imóveis americano. O fato é que, com a depreciação do preço dos imóveis e o aumento do valor das hipotecas, muitos americanos tiveram uma queda no seu poder de compra. O resultado é uma redução no consumo, o que afeta o resultado de todas as empresas Já o banco suíço UBS, maior administrador de fortunas do mundo, superou expectativas na divulgação de lucro do segundo trimestre, mas alertou que as turbulências do mercado devem atingir sua unidade de banco de investimento no segundo semestre do ano. Em um alerta explícito sobre o tumulto nos mercados de crédito gerando um grande peso para a instituição, o UBS informou que se as condições turbulentas continuarem pelo terceiro trimestre, a instituição vai "provavelmente ver um resultado muito fraco com operações no resultado do banco de investimentos". O UBS é o primeiro banco a comentar sobre as condições de operação desde que os problemas nos mercados financeiros forçaram bancos centrais a intervir emprestando dinheiro para restaurar a ordem. Entenda a crise O mercado imobiliário americano tem um segmento que oferece crédito a pessoas sem renda comprovada e que têm um histórico de inadimplência. É o chamado mercado subprime. No ano passado, nos EUA, com o fim da bolha dos imóveis, os preços destes ativos caíram e houve uma desaceleração da oferta de crédito e de imóveis. Além disso, os juros chegaram ao patamar máximo, elevando o valor das prestações. O resultado disso foi a inadimplência. Estas empresas que ofereciam crédito no mercado subprime empacotavam estes financiamentos e vendiam a outros investidores. Assim, elas recebiam de volta o valor emprestado e os investidores ficariam com o valor da prestação das hipotecas mais os juros. Contudo, o calote das pessoas que tomaram crédito provocou perdas para estes investidores. Para compensar estas perdas, eles saíram de mercados mais arriscados (ações) e migraram para ativos de risco menor (títulos do governo americano). Além disso, a aversão ao risco aumenta com as incertezas sobre a extensão desta crise - quanto em crédito imobiliário está na mão de investidores, e quem são estes investidores. O resultado aqui é a queda das ações de empresas. Não há previsões sobre isso. A única coisa que se sabe é que a aversão ao risco deve continuar.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.