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Dólar barato inibe crescimento, diz economista

Por Agencia Estado
Atualização:

O economista Carlos Thadeu de Freitas, professor do Ibmec e ex-diretor do Banco Central considera que o dólar está muito barato, o que de uma certa forma inibe o crescimento econômico do País. "Um sinal de que a economia pode ficar um pouco mais aquecida seria uma alta do dólar", disse o economista em entrevista ao programa Conta Corrente, da Globo News. Mas, segundo ele, isso não vai acontecer tão cedo, porque há excesso de dólares circulando pelo mundo. "Está todo mundo querendo colocar o dólar, aqui no Brasil principalmente, porque os juros reais estão muito altos." Freitas lembrou que o Banco Central baixou os juros de 26% para 20% e o dólar continuou em queda; recomprou a dívida cambial, e a moeda americana prosseguiu caindo; vai continuar recomprando e o dólar permanecerá desvalorizado, pela simples razão do excesso da moeda em circulação. E insistiu: enquanto o dólar não subir a economia não ficará aquecida, porque se isso ocorrer é um sinal de que o País vai importar mais, o que pressionará a moeda americana. "Isso não está acontecendo e nem vai acontecer" ressaltou. Selic e crescimento do PIB Para o ex-diretor do BC, a economia irá recuperar-se muito pouco este ano, mas para o próximo pode crescer entre 3% e 3,5%, mas essa recuperação poderá ser muito mais alta se o Copom, em sua reunião de hoje e amanhã, decidir por uma queda de 2% na taxa de juros básica (a Selic). "Acho que o Banco Central subiu bastante os juros este ano, talvez para mostrar que estava querendo ser duro na política monetária. Isso teve seus ganhos e suas perdas, porque a dívida cresceu muito também." Sem medo da inflação Segundo o economista do Ibmec, toda vez que o BC erra com os juros, a dívida pública aumenta em demasia. "Acho que a Selic pode cair até o final do ano mais uns 3%, sem maiores problemas. Mas o Banco Central evidentemente tem medo de que os juros caiam muito rapidamente, porque ele está meio no escuro. E ele não sabe se o juro real vai ser 9% ou 10%." De qualquer forma, Freitas não vê riscos de um recrudescimento da inflação no próximo ano, o que deveria dar ao Banco Central segurança para baixar os juros mais rapidamente.

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