O dólar retomou a trajetória de queda ante o real nesta terça-feira, em linha com o movimento global de desvalorização da moeda norte-americana. A divisa dos Estados Unidos encerrou em baixa de 1,53%, cotada a R$ 1,936 para venda, voltando a cair após duas sessões em alta.
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"O dólar está caindo acompanhando a queda em relação às (principais) moedas, principalmente euro e libra", avaliou João Medeiros, diretor de câmbio da Pioneer Corretora. No final da tarde, ante uma cesta com as principais divisas mundiais, o dólar caía 1,3%, com destaque para as altas do euro e da libra.
Medeiros citou ainda que as perspectivas econômicas positivas para o Brasil ajudaram a estender o movimento.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou pela manhã que o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 1,8% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, abaixo da previsão mediana de analistas ouvido pela Reuters, que apontava recuo de 2,6%.
Ainda em relação ao cenário externo, a queda de 1,4% nos estoques no atacado dos EUA em abril superou o declínio de 1,1% esperado por analistas consultados pela Reuters. O número contribuiu para reduzir as especulações sobre uma alta breve da taxa de juros norte-americana.
Para Felipe Pellegrini, gerente de operações da Confidence, a tendência da divisa norte-americana ainda é de queda, com as altas ocorrendo de forma pontual.
Leilões do BC
Nesta tarde, o Banco Central realizou mais um leilão de compra de dólares no mercado à vista, sem efeito significativo sobre as cotações.
O diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Moura Nehme, destacou que o Banco Central tem atuado comprando o excedente de dólar no mercado a vista.
"Com isso, não há liquidez no mercado futuro." Ele disse que os bancos estão hoje com 5,8 bilhões de dólares em posições vendidas e têm interesse na queda do dólar para liquidar suas posições.
Na roda de pronto da BMF Bovespa, segundo os dados mais atualizados, o volume de dólar negociado somava cerca de 3 bilhões de dólares.