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Dólar fecha semana em queda de 1,24% com expectativa de corte de juros nos EUA

Dados fracos do mercado de trabalho nos EUA reforçam apostas em queda dos juros

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:

O real se beneficiou na sessão desta sexta-feira, 7, de uma onda global de enfraquecimento do dólar, após dados fracos do mercado de trabalho nos Estados Unidos reforçarem as apostas em queda dos juros americanos neste ano.

Em queda desde a manhã, quando desceu até mínima de R$ 3,8505, na esteira da divulgação do relatório de emprego dos EUA, o dólar reduziu as perdas ao longo da tarde, com realização de lucros e ajuste de posições, para encerrar o pregão cotado a R$ 3,8770, em queda de 0,16%. 

No exterior, o índice DXY, que mede o comportamento do dólar ante divisas fortes, como o euro e a libra, aprofundou a queda Foto: Marcelo Sayão/Reuters - 17/5/2019

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Com perdas em quatro dos últimos cinco pregões, a moeda americana encerrou a primeira semana de junho com desvalorização acumulada de 1,24%, deixando para trás o piso de R$ 3,90.

Segundo analistas, confirmadas as expectativas de juros menores nos EUA e a de andamento da reforma da previdência, com apresentação de parecer do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), na comissão especial da Câmara na próxima semana, o dólar pode romper os R$ 3,85. 

A declarações "dovish" do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na quarta-feira, somaram-se nesta manhã à divulgação do relatório de emprego de maio nos EUA, que mostrou criação de 75 mil vagas, bem abaixo dos 180 mil previstos.

O Índice DXY - que mede a variação do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes - trabalhou em queda firma durante todo o dia, fixando-se abaixo dos 97 pontos. A moeda americana também caiu em relação a divisas emergentes, à exceção da lira turca. 

No ambiente interno, o destravamento das votações no Congresso, com a votação de Medidas Provisórias e do projeto de Saneamento, mostra um ambiente mais propício para o andamento da reforma da previdência.

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Por ora, as disputas em torno da permanência de Estados e municípios no projeto de alteração das aposentadorias não assustam os investidores.

Também contribui para apostas no real a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de ontem sobre a venda de subsidiárias de estatais aumenta a expectativa de entrada de recursos externos para aquisição de ativos locais. 

Bolsa

A perspectiva de corte de juros no Brasil e nos Estados Unidos deu ânimo aos investidores e o Índice Bovespa teve nova rodada de alta nesta sexta-feira.

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Em terreno positivo desde a abertura, o indicador chegou a subir mais de 1% pela manhã, testando o patamar dos 98 mil pontos, mas perdeu fôlego à tarde e fechou aos 97.821,26 pontos, com ganho de 0,63%. Na semana, o principal índice da B3 acumulou valorização de 0,82%.

As principais notícias do dia foram divulgadas na primeira etapa do pregão. O IPCA de maio ficou em 0,13%, no piso das estimativas do mercado, e ajudou a reforçar no mercado futuro de juros as apostas em um corte da taxa Selic neste ano.

Nos Estados Unidos, o destaque ficou com o relatório de empregos "payroll", que apontou criação de vagas (75 mil) bem aquém do previsto (180 mil). Também nesse caso foi reforçada a aposta no corte de juros, como forma de estímulo econômico.

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Adicionalmente, o desempenho do Ibovespa refletiu as altas expressivas das ações da Petrobrás, que foram movidas pela alta dos preços do petróleo e pela liberação da venda da transportadora TAG, depois que o STF votou pela desnecessidade do aval legislativo para venda de subsidiárias de empresas estatais.

Ao final dos negócios, Petrobrás ON e PN tiveram ganhos de 2,72% e de 1,83%, respectivamente.

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