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Dólar cai ante real com fluxo e calmaria em bolsas

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Por Silvio Cascione
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O dólar fechou em queda pelo segundo dia consecutivo nesta terça-feira, repercutindo a entrada de recursos no país, a expectativa de uma alta iminente do juro e o bom humor nas bolsas internacionais. A moeda norte-americana terminou o dia a 1,684 real, com baixa de 0,24 por cento. Em abril, o dólar acumula queda de 3,94 por cento --só subiu em uma sessão no mês. "Alguns dados nos Estados Unidos surpreenderam positivamente o mercado. Isso ajudou bastante, até porque os investidores mostraram apetite", disse Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do Banco Paulista, em referência à estabilização da indústria após uma retração e à alta tímida dos preços no atacado --excluindo alimentos e energia. À tarde, o risco Brasil exibia baixa de 8 pontos-básicos, novamente abaixo de 250 pontos. As bolsas em Nova York e em São Paulo operavam em alta. Rodrigues também lembrou que o dólar tem sofrido a influência da provável alta do juro básico na quarta-feira. Se confirmada pelo Banco Central, a elevação da Selic aumentará o espaço para operações de arbitragem, que lucram com a diferença entre o juro praticado no Brasil e no exterior. "Está todo mundo verificando a (influência da) arbitragem por conta do juro. Hoje a entrada (de dólares) foi um pouco mais forte por causa disso também", acrescentou. Mas a queda da moeda norte-americana tem sido limitada pelo interesse de alguns agentes que, com bilhões de dólares acumulados, não querem ver a moeda perder valor rapidamente. "Continua havendo uma certa 'resistência' por parte dos bancos, que detêm ainda posições compradas (no mercado à vista), no sentido de inibir uma queda mais abrupta do preço da moeda", escreveu Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora, em relatório. De acordo com o BC, as instituições financeiras carregavam quase 10 bilhões de dólares no mercado à vista no final de março. Dados da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), porém, mostram que outros agentes, os investidores estrangeiros, já conseguiram se desfazer de parte dos dólares comprados no mercado futuro --na véspera, a posição comprada era de pouco mais de 2,5 bilhões de dólares. Rodrigues também vê essa resistência, mas ressalva que ela não tem força para enfrentar a tendência de valorização do real. "Não tem o mesmo poder de fogo do investidor estrangeiro e do investimento direto". Na metade da sessão, o BC comprou dólares no mercado à vista, com taxa de corte de 1,6831 real e até cinco propostas aceitas, segundo operadores.

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