
01 de dezembro de 2015 | 17h56
Apesar da expectativa em torno da "superterça", com uma série de votações importantes em Brasília, o dia até que foi de relativa tranquilidade para os ativos brasileiros, mesmo depois da divulgação de um PIB bastante fraco referente ao terceiro trimestre. A Bovespa terminou em queda contida e o dólar voltou a recuar, após quatro sessões em alta.
O Ibovespa terminou o dia em baixa de 0,16%, aos 45.046,75 pontos. Na mínima, marcou 44.775 pontos (-0,76%) e, na máxima, 45.482 pontos (+0,80%). No ano até hoje, acumula perda de 9,92%. O giro financeiro neste primeiro pregão de dezembro totalizou R$ 7,236 bilhões.
A trajetória de baixa da Bovespa se firmou após a abertura em Wall Street e, durante toda a tarde, o principal índice à vista ficou na casa de 44 mil pontos. O retorno aos 45 mil pontos aconteceu na reta final da sessão, com a sessão ainda em andamento no Conselho de Ética da Câmara e em meio à expectativa da sessão do Congresso na noite de hoje.
O mercado, assim, passou o dia digerindo o PIB do terceiro trimestre - queda de 1,7% ante o segundo e de 4,5% em relação ao mesmo intervalo do ano passado - e de olho no que os parlamentares decidiam. Até o fechamento do mercado, o Conselho de Ética ainda não havia votado o parecer prévio de admissibilidade do processo disciplinar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Nesta noite, está prevista sessão de deputados e senadores para votar a mudança da meta fiscal e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016. Como pano de fundo, os investidores ainda monitoraram qualquer notícia sobre a visita de técnicos da S&P ao Brasil. Nesta tarde, eles se encontraram com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Vale fechou em baixa de 2,51% na ON e de 2,45% na PNA. No setor siderúrgico, Usiminas PNA recuou 7,73%, a maior alta do Ibvespa, seguida por CSN ON, com -6,55%. Metalúrgica Gerdau PN, -3,03%, e Gerdau PN, -2,95%.
Petrobrás ON terminou em queda de 1,81% e a PN, em baixa de 2,35%.
No setor financeiro, Bradesco PN caiu 0,57% e Santander unit, 0,68%, mas Itaú Unibanco PN subiu 0,76% e BB ON ficou estável.
A Bovespa não deu muita atenção para Wall Street, embora tenha renovado mínimas no começo da tarde após a divulgação de dados por lá. As bolsas norte-americanas se encaminhavam para um fechamento no azul.
Dólar. No mercado cambial, os investidores aproveitaram o nível elevado da moeda para realizar os lucros mais recentes. O viés negativo para a divisa americana no exterior também influenciou os negócios, assim como a percepção de que, dependendo do xadrez político em Brasília, há espaço para um retorno da acomodação no câmbio - ainda que frágil. O dólar à vista fechou o dia em baixa de 0,41%, aos R$ 3,861.
Depois de abrir o dia em baixa ante o real, o dólar ganhou força ainda pela manhã e chegou a ser cotado na máxima de R$ 3,9034 (+0,68%). Com esse avanço, exportadores aproveitaram para vender divisas e especuladores realizaram lucros (reduziram posições compradas) após os avanços mais recentes.
À tarde, o BC realizou dois leilões de linha e o dólar firmou trajetória de baixa, ajudado ainda por dados ruins sobre o setor industrial norte-americano: o índice de gerentes de compras (PMI) do setor, medido pela Markit Economics, caiu de 54,1 em outubro para 52,8 em novembro; e o índice de atividade industrial do Instituto para a Gestão da Oferta (ISM) caiu de 50,1 para 48,6 em novembro, na primeira contração desde novembro de 2012.
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