PUBLICIDADE

Dólar cai e favorece viagens para o exterior

Queda do dólar e aumento da confiança ajudam a venda de pacotes internacionais

Por Ricardo Miorelli e Samuel Quintela
Atualização:

A queda do dólar está permitindo que os brasileiros voltem a sonhar com viagens para o exterior nas férias de fim de ano. Segundo estimativa da Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Braztoa), a procura por pacotes internacionais, entre janeiro e setembro de 2016, supera os índices relativos ao mesmo período do ano passado em 30% a 40%. Maior agência de viagens do País, a CVC viu a busca por destinos no exterior dobrar, passando de 20% para 40% do total das vendas, entre 2015 e 2016.

PUBLICIDADE

A busca por viagens para a América do Sul e Caribe deve apresentar um crescimento de 30% no fechamento de 2016, em relação ao ano passado, enquanto para Europa e Estados Unidos, o acréscimo deve ser de 10%, segundo a associação das operadoras de turismo. Para a presidente da entidade, Magda Nassar, a expectativa é de que o aumento na média de viagens para fora do Brasil seja de 20% até dezembro.

De acordo com a Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav), os destinos que deverão puxar essa retomada são Estados Unidos, Caribe e América do Sul.

O advogado Anderson Souza e Silva, em viagem ao Peru: próximo destino será a Europa e o Oriente Médio Foto: Divulgação

Planejamento. A maior estabilidade no cenário econômico nos últimos meses tem influenciado o comportamento do turista brasileiro, de acordo com o diretor de produtos internacionais da CVC, Fábio Mader. A retomada da confiança na economia está motivando os consumidores a planejar as viagens com mais antecedência.

“Em 2015, as pessoas adquiriram as viagens perto da data de embarque, com uma antecedência média de 45 dias”, lembra Mader. “Agora, os consumidores voltaram a planejar as férias, com uma antecedência de compra de 70 dias, em média, em relação à data de embarque.”

Decidir com antecedência foi exatamente o que fez o advogado e professor universitário Anderson de Souza e Silva. Ele decidiu comemorar seu aniversário de 50 anos em uma viagem para o Oriente Médio e para a Europa, no fim de novembro.

As passagens de avião foram compradas em uma agência de viagens ainda no mês de setembro. A queda do dólar animou o advogado a realizar o sonho. “Aproveitei que o dólar está diminuindo para fazer esta viagem. Sempre quis conhecer o Oriente Médio.”

Publicidade

A empresária Laís Queluz já planejava viajar mesmo com o dólar alto, mas vai aproveitar a recente valorização da moeda brasileira para estender a temporada nos Estados Unidos.

O pacote para um cruzeiro na Flórida, com o objetivo de comemorar o aniversário de 3 anos da filha, já estava comprado. Com a decisão de estender as férias, agora Laís, o marido e os filhos vão passar mais seis dias na região para visitar atrações como os parques de diversão da Disney.

Apesar da melhora em relação ao ano passado, Magda Nassar, da Braztoa, diz que a entidade ainda vê 2016 como um “ano de recuperação” da economia, evitando fazer comparações com outros tempos, como 2013, quando o dólar valia cerca de R$ 2. “A expectativa é de recuperar os níveis de 2014 e 2013, quando o dólar estava mais baixo. Creio que a gente deva conseguir alcançar esses números em 2017.”