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Dólar cai mais de 3% no dia, mas decola 31% no ano

Queda da moeda norte-americana foi impulsionada pelas atuações do BC e pelo cenário externo

Por Agência Estado e Reuters
Atualização:

O dólar caiu mais de 3% frente ao real nesta terça-feira, última sessão de negócios do ano, mas acumulou em 2008 avanço superior a 30%. Operadores apontaram que a queda do dólar nesta sessão foi impulsionada pela disputa dos investidores pela definição da última Ptax (taxa média do dólar) do ano, pelas atuações do Banco Central e pelo cenário externo um pouco mais otimista.  Veja também: Dólar termina ano em alta pela 1ª vez desde 2002 Alta do dólar leva dívida pública a menor valor em 10 anos Setor público tem superávit primário de R$ 1,9 bi em novembro Confiança da indústria é a menor desde 1998 Entenda o fator previdenciário e o que pode mudar De olho nos sintomas da crise econômica  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Dicionário da crise   A forte queda do dólar nesta terça-feira não foi suficiente para impedir que a moeda americana negociada no balcão encerrasse dezembro em alta, embora nas mínimas do dia os ganhos no mês chegassem a ser apagados. No ano de 2008, a valorização acumulada no balcão foi de 31,55%. Hoje o dólar pronto balcão caiu 3,31%, para R$ 2,335, com máxima de R$ 2,360 e mínima de R$ 2,308. Analistas afirmaram que as transações foram feitas basicamente com vistas à formação da ptax (taxa média do dólar) de fim de ano, que vai balizar a liquidação dos contratos de dólar futuro que vencem hoje. Amanhã a bolsa estará fechada. "O interesse dos comprados em moeda derrubou as cotações", disse um profissional de um grande banco nacional. Para outro economista, a moeda apenas corrigiu os excessos em relação a ontem, quando uma forte zeragem de posição estrangeira teria puxado para cima os preços. "Não houve explicação para o avanço de ontem. Aproveitaram-se de um mercado ilíquido para pressionar e hoje isso foi devolvido", diz ele. Outro economista argumenta que o dólar local hoje alinhou-se ao desempenho global, de desvalorização ante o euro e o iene. Fato é que o dólar operou em baixa desde a abertura dos negócios e, no balcão, bateu a mínima após a realização do leilão de venda do Banco Central no meio da tarde. A autoridade monetária vendeu moeda com taxa de corte de R$ 2,3290. O volume da operação, segundo fontes, teria somado em torno de US$ 360 milhões. Mais cedo, no final da manhã, o BC já havia feito um leilão de venda com compromisso de recompra, em que vendeu US$ 530 milhões. Para os mercados, 2008 foi um ano de reviravoltas e, no câmbio, não foi diferente. A crise global no segmento de crédito inverteu a tendência de queda do dólar no segundo semestre e a moeda, que na mínima do ano chegou a ser negociada em R$ 1,562 no final de julho, em vários pregões posteriormente teve cotação acima de R$ 2,50. Estudo feito pela Economática mostrou que o real foi a moeda que apresentou a maior desvalorização ante o dólar entre as divisas dos sete países que possuem as mais importantes bolsas de valores da América Latina, provocada basicamente pelos efeitos da crise financeira internacional. E, para 2009, as expectativas não são nada favoráveis, considerando as avaliações de que a crise deve chegar com mais força à economia real dos emergentes nos primeiros meses do ano, e forçar o Banco Central a promover um rápido desaperto nos juros para aliviar a economia.

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