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Dólar cai, mas mercados seguem cautelosos

Os esforços concentrados do governo conseguiram conter a alta do dólar. Mas, como a instabilidade internacional continua, não se sabe por quanto tempo. A economia dos EUA continua preocupando e a necessidade de divisas sufoca o Brasil.

Por Agencia Estado
Atualização:

As bolsas no mundo inteiro tiveram ontem um dia de recuperação, embora apenas parcial, se consideradas as fortes quedas da semana passada. No Brasil, o Banco Central (BC) voltou a leiloar títulos cambiais em grandes quantidades, o que fez o dólar recuar para R$ 2,72 ante os assombrosos R$ 2,835 da sexta-feira passada. Ajudou na queda a introdução de 10% de compulsório para os depósitos a prazo. A medida equivale, na prática, a uma alta dos juros, pois reduz o volume de recursos disponíveis no mercado. À noite, o presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu-se com a equipe econômica para discutir medidas de estímulo às exportações. O Brasil precisa de cerca de US$ 50 bilhões por ano para tapar o rombo das contas externas. Até agora, vinha financiando esse déficit com a entrada de recursos para investimento produtivo e para aplicação no mercado financeiro. Mas a atual crise internacional tem um forte componente recessivo, e as empresas serão obrigadas a realizar cortes. Na medida em que os mercados emergentes oferecem maior risco, eles certamente deixarão de atrair investimentos. A esperança do governo é conseguir impulsionar as vendas para o exterior, mas isso leva tempo e a instabilidade mundial, às vésperas de uma guerra, pressiona a saída de dólares, e, portanto, as cotações. O otimismo de ontem é encarado com cautela pelo mercado. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) não subiu muito - apenas 1,09%, bem menos que as norte-americanas - e os mercados continuarão oscilando muito, apesar da conjugação de esforços de governos do mundo inteiro em tomar as medidas necessárias para evitar o pânico entre os investidores. Enquanto a guerra não tiver terminado e a vida voltar ao normal, especialmente nos EUA, a expectativa é de tempos difíceis, mesmo porque a economia do país já entrava em recessão antes dos ataques de 11 de setembro. Indicadores econômicos importantes nos EUA Hoje será divulgado o índice de confiança do consumidor norte-americano, referente ao mês de setembro, às 11h (horário de Brasília). Como o consumo de pessoa física corresponde a cerca de dois terços dos gastos na economia, uma queda forte na confiança, e, portanto, na disposição para gastar, tem forte efeito. Outros indicadores de consumo a ser anunciados hoje são o indicador de vendas de imóveis residenciais usados em agosto e, às 10h de Brasília, o relatório semanal sobre o desempenho do comércio varejista na semana até 22 de agosto. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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