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Dólar cai na estréia do câmbio flutuante

Por Agencia Estado
Atualização:

Ao contrário do que o mercado e alguns analistas acreditavam, a estréia do câmbio flutuante na Argentina, que manteve atrelada a sua moeda ao dólar na paridade de 1 por 1 durante quase 11 anos, foi tranqüila, e a divisa norte-americana se manteve estável durante o dia todo e caiu ao final da tarde. Apesar das longas filas que se formaram nas casas de câmbio desde as primeiras horas da manhã, o câmbio não disparou para patamares próximos de 3 pesos, como se imaginava, e chegou a cair a 1,80/1,90 peso para compra e 2,05/2,15 pesos para venda, depois de ter aberto em 2,10 pesos para compra e 2,50 pesos para venda. A estratégia utilizada pelo Banco Central de não intervir ainda no mercado, embora tenha advertido que entraria, e entrará, vendendo dólares sempre que necessário para evitar que o câmbio dispare, deu resultado. "A autoridade monetária não deu sequer sinal de vida hoje", disse o diretor de um banco estrangeiro à Agência Estado. O governo decidiu também colocar efetivos da Polícia Federal nas principais ruas do centro financeiro de Buenos Aires para prender os chamados "arbolitos" (cambistas). Logo cedo, a polícia já havia prendido meia dúzia de cambistas e apreendido cerca de US$ 3 mil. A ausência dos bancos em operações de compra e venda de dólares no período da manhã também ajudou o BC a segurar os argentinos afoitos que, em sua maioria, não acreditam mais no sistema financeiro e preferem se refugiar no dólar. Entretanto, a possibilidade de uma eventual corrida em busca de maiores quantidades da divisa americana não está afastada. A flexibilização do "corralito" financeiro (congelamento parcial dos depósitos) permite agora que os trabalhadores possam tirar a totalidade de seus salários depositados nos bancos. Por isso, os analistas temem o impacto de uma corrida em busca da divisa norte-americana. Mas o BC também previu isso e decidiu adotar medidas rígidas para a aquisição de dólares, tanto por parte de pessoas físicas como jurídicas. Leia o especial

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