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Dólar cai e Bolsa sobe mais de 2% com expectativa sobre acordo da Opep

Perspectiva de que cartel deve limitar a produção de petróleo fez preço da commodity subir e beneficiou países emergentes, como o Brasil

Por Denise Abarca
Atualização:

O dólar comercial à vista fechou em queda de 0,62% nesta segunda-feira, 28, negociado a R$ 3,3863, reagindo ao avanço nos preços do petróleo no exterior. As cotações melhoraram com a informação de que Irã e Iraque consideram congelar sua produção. A reunião da Opep para fechar o acordo de um possível corte na produção para alavancar os preços acontece no próximo dia 30 de novembro, embora ainda exista ceticismo no mercado. O movimento beneficiou moedas de países emergentes, entre elas o real brasileiro. 

Decisão da Opep será conhecida no fim do mês Foto: Karen Bleier/AFP

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A Bolsa também foi influenciada pelo petróleo. O Ibovespa fechou com 62.855,49 pontos, alta de 2,11%, no nível mais elevado desde o dia 9 de novembro, após a divulgação do resultado da eleição nos EUA . Na máxima, já nos ajustes finais, marcou 62.934,36 pontos (+2,23%). Na mínima, caiu 0,52%, aos 61.240 pontos. O volume somou R$ 6,452 bilhões. Com o resultado, as perdas no mês foram reduzidas de -5,18% para -3,19%. Em 2016, a bolsa tem ganho de 45,00%.

As ações da Petrobrás se beneficiaram dos ganhos do petróleo, mas não subiram no mesmo ritmo. Petrobrás PN e ON fecharem com altas de 1,05% e 0,28%, respectivamente. Alguns players também adotaram alguma cautela sobre um possível acordo na reunião da Opep, pelo histórico de não cumprimento das cotas pelos produtores.

Em compensação, as ações da Vale começaram a semana ampliando os ganhos já exuberantes das últimas sessões. Não somente o preço do minério avançou de novo (1,3%), como também animou o mercado a expectativa de que a companhia pode anunciar amanhã, em encontro com investidores e analistas em Nova York (Vale Day), que não vai se desfazer mais de ativos, e que deve distribuir dividendos. Vale PNA encerrou em +6,34% e Vale ON, +7,30%.

Ajudou ainda a carregar a bolsa o setor financeiro, que subiu em bloco. O índice financeiro avançou 1,79%. O destaque foi BB ON (+4,60%), após o presidente do banco, Paulo Rogério Caffarelli, afirmar que vai continuar perseguindo a redução de custos operacionais na instituição. Itaú Unibanco ON avançou 2,12%.

A expectativa pela agenda da semana e o cenário político incerto são vistos como limitadores para um volume mais expressivo na bolsa. Até chegou a trazer alívio a notícia de que o presidente Temer, e os presidentes do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (PMDB-RJ) fecharam acordo para barrar a anistia ao caixa 2, que vinha sendo discutida, pelos parlamentares.

Mas ainda há muitas incertezas no radar. Manifestações contra o presidente estão em andamento - ontem em São Paulo e outra programada para amanhã em Brasília. Ainda, o PSOL protocolou hoje pedido de impeachment de Temer com base nas denúncias feitas pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, o que ainda é tratado como um evento de baixo risco mas, de todo modo, no mínimo, adiciona ruído. Por fim, há bastante receio sobre o que pode surgir da delação premiada dos executivos da Odebrecht.

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