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Dólar cai pelo 5ª dia consecutivo e fecha cotado a R$ 3,44

Moeda fechou em queda diante da percepção de que o BC não irá interferir no mercado cambial na gestão de Ilan Goldfajn e com a valorização das commodities no exterior

Por Silvana Rocha
Atualização:
 Foto: Public Domain

O dólar recuou pela quinta sessão seguida ante o real e encerrou o dia no menor patamar desde 29 de abril. A onda de vendas foi direcionada pela alta das commodities e pelas perspectivas sobre os juros dos EUA, assim como pela percepção de que o Banco Central não deverá interferir tanto no mercado cambial na gestão de Ilan Goldfajn, deixando o dólar flutuar de acordo com as forças de mercado. Também contribuiu para o movimento a perspectiva em torno de emissões de bônus de companhias brasileiras no exterior. No fechamento, o dólar ficou cotado aos R$ 3,4474, com queda de 1,26%.

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De acordo com especialistas, foi muito bem recebida a sinalização do economista indicado para o BC, Ilan Goldfajn, de que a instituição poderá recorrer ao uso de swap cambial reverso em momentos de maior pressão de baixa, com o objetivo de dar continuidade à redução do estoque de swap cambial tradicional.

Por 19 a 8 votos, a indicação de Ilan Goldfajn para a presidência do BC foi aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. A votação em plenário já começou.

Expectativas sobre emissões de bônus de companhias brasileiras no exterior também reforçaram o movimento de queda do dólar. A Vale anunciou nesta tarde que a demanda pelos bônus de 2021 lançados no exterior alcançou US$ 4,5 bilhões e a companhia emitiu US$ 1,25 bilhão com retorno de 5,875%. Além dessa operação, os profissionais do mercado estão atentos ainda a outras duas empresas que estão sondando o mercado de dívida externa.

O Broadcast apurou que a Eldorado Brasil, de celulose, está em roadshow junto a investidores e se as condições do mercado estiverem favoráveis deve captar US$ 500 milhões. Já a Cosan encerra amanhã roadshow e pode igualmente emitir bônus para respaldar a recompra de bônus 2018 e 2023.

Bolsa. A Bovespa alternou pequenas altas e baixas ao longo do dia e acabou fechando em alta de 0,11% nesta terça-feira, com 50.487,85 pontos e R$ 5,06 bilhões em negócios. A intensa alternância entre pequenas altas e baixas refletiram o clima de incerteza que predominou nos negócios de hoje na Bovespa. Mesmo diante da valorização dos preços das commodities e da queda do dólar, o Ibovespa andou "de lado" na maior parte do tempo e fechou em alta de 0,11%, aos 50.487,11 pontos. O volume de negócios totalizou R$ 5,06 bilhões.

As ações da Vale chegaram a subir pela manhã, mas perderam fôlego e passaram a cair à tarde. A inversão de tendência aconteceu depois da notícia de que a mineradora captou US$ 1,25 bilhão, com emissão de bônus de cinco anos, com retorno de 5,875%. A demanda teria alcançado mais de US$ 4 bilhões. Ao final dos negócios, Vale ON caiu 1,89%, enquanto Vale PNA perdeu 0,15%. Já os papéis da Petrobrás se beneficiaram da alta dos preços do petróleo nas Bolsas de Londres e Nova York e subiram 3,06% (ON) e 1,89% (PN). 

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Na lista de quedas do Ibovespa esteve Braskem PNA (-2,84%), que refletiu o teor de parte da delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró na Lava Jato, que classificou como "um escândalo" as circunstâncias da criação da petroquímica, sociedade entre a Petrobras e a Odebrecht. Entre as ações do Ibovespa, a maior alta foi de TIM ON, que avançou 4,07%, com o mercado à espera de melhores resultados da operadora no segundo trimestre.

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