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Dólar cai por fluxo em dia fraco, à espera do Fed

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Por Silvio Cascione
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O dólar fechou em leve baixa nesta terça-feira, influenciado pelo fluxo de moeda em mais uma sessão de expectativa antes da decisão do Federal Reserve sobre os juros dos Estados Unidos. A moeda norte-americana terminou o dia com baixa de 0,45 por cento, cotada a 1,758 real. Em dezembro, a divisa registra desvalorização de 2 por cento. Como na véspera, a cautela dominou o mercado de câmbio. Os agentes preferiam não montar grandes posições, à espera da definição dos juros nos Estados Unidos. "O pessoal está em cima do muro. E esse muro é estreito, com muita gente", ilustrou Carlos Alberto Postigo, operador de câmbio da corretora Action. E, segundo Marcelo Voss, economista-chefe da corretora Liquidez, a queda do dólar foi "mais pressão de fluxo (positivo) num dia que teve baixíssima liquidez". A decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed será anunciada às 17h15 (horário de Brasília). A maior parte do mercado espera um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica, que iria para 4,25 por cento. Uma ala mais ousada, porém, ainda aposta em redução de 0,5 ponto percentual. A redução dos juros nos Estados Unidos, aliada à manutenção das taxas no Brasil, aumenta a atratividade do mercado nacional ao reforçar a diferença entre as taxas cobradas nas duas praças. Isso pode, segundo analistas, contribuir para a queda do dólar no Brasil, já que deve atrair um fluxo maior de investidores interessados em lucrar com os juros brasileiros. O cenário doméstico, porém, tem deixado o mercado inseguro quanto às condições para uma queda mais expressiva do dólar. A intenção do governo de montar um fundo soberano com dólares excedentes, de acordo com declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem interferido nas perspectivas, por exemplo. Segundo Postigo, caso ocorra "qualquer apreciação do real que fuja do que eles (governo) querem, eles podem entrar com esse tal de fundo soberano. O mercado não sabe para onde vai, ou o que vai acontecer. Está todo mundo cauteloso e inseguro". Além disso, o mercado passou a acompanhar de perto a tramitação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). A possibilidade de que ela não venha a ser prorrogada contraria as expectativas que os agentes vinham mantendo ao longo do ano e pressiona o mercado, principalmente o de juros futuros. Segundo Jorge Knauer, gerente de câmbio do Banco Prosper, no Rio de Janeiro, uma eventual instabilidade nesse mercado pode contaminar os negócios no câmbio. Nesta terça-feira, a maioria dos contratos de juros futuros ficou em baixa. (Edição de Vanessa Stelzer)

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