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Dólar comercial dispara e chega a R$ 1,9910

O dia foi agitado para os mercados, com fortes especulações no mercado de câmbio, motivadas pelos resultados decepcionantes da balança comercial, pelo fracasso da licitação da banda C e pelas brigas dentro da base aliada do governo.

Por Agencia Estado
Atualização:

O dólar comercial abriu em alta e continuou subindo, depois de várias semanas de estabilidade. A moeda norte-americana fechou o dia em 1,9910, a máxima do dia, com alta de 0,91% em relação ao fechamento de ontem. Os demais mercados seguiram o pessimismo. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 3,59%. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 15,680% ao ano, frente a 15,430% ao ano ontem. Segundo operadores do mercado, a alta do dólar deve-se a fortes movimentos de compra de um grande banco, ganhando força com os dados decepcionantes da balança comercial brasileira. O mês de janeiro fechou com déficit de US$ 479 milhões. As exportações cresceram 31,4% e as importações, 40,6%, conforme apurou a editora Adriana Fernandes. Contribuiu ainda para o pessimismo o fracasso da licitação da Banda C de telefonia celular, já que apenas um consórcio apresentou documentos para se credenciar ao leilão. O que se cogita no mercado, agora, é o cancelamento do leilão. Mesmo que ele ocorra, não haverá ágio, dada a falta de concorrência. Brigas na base aliada estão saindo do controle Em meio às incertezas do dia, as especulações foram reforçadas pelas divergências entre membros da base aliada no Congresso. As eleições para a Presidência da Câmara e do Senado levaram os diferentes partidos à disputa, que está se acirrando, o que preocupa o mercado. Há pouco, o deputado Inocêncio Oliveira discursou afirmando que, sendo eleito presidente da Câmara, criará uma CPI para investigar os processos de privatização. Queda nos juros nos EUA preocupa mercado Outro fator importante foi a preocupação com os Estados Unidos. Os dados divulgados hoje e o corte promovido nos juros pelo FED - banco central norte-americano - aprofundaram o temor de que o país esteja realmente entrando em uma recessão. O NAPM, o índice dos gerentes de compra americanos - ficou abaixo do esperado, preocupando os investidores. O mercado também avalia com apreensão os dois cortes nos juros realizados em janeiro, que derrubaram a taxa básica do país de 6,5% para 5,5% ao ano. As bolsas nos EUA reagiram com mais moderação. O Dow Jones - Índice que mede as ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 0,88%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - em alta de 0,36%.

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