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Dólar deve cair a R$ 3,00, sem tendência linear, diz Sobeet

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar da volatilidade, o dólar deve continuar a cair até o patamar de R$ 3,00, quando finalizar o ano. Essa tendência, porém, não será linear, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Antônio Corrêa de Lacerda. O executivo acredita que o câmbio ainda vai mostrar muita volatilidade, provocada por alguns fatores externos e internos. Entre eles, Lacerda cita as incertezas no quadro internacional e ainda o quadro sucessório, além dos vencimentos de títulos cambiais até dezembro deste ano. "Um câmbio de R$ 3,00 é plenamente factível para evitar pressão sobre a dívida pública e certamente não prejudicará as exportações", explicou Lacerda. A Sobeet estima também que, apesar da significativa contribuição do setor agropecuário e do crescimento das exportações, que devem gerar um saldo favorável de mais de US$ 11 bilhões, o crescimento da economia do País será prejudicado. Para Lacerda, o PIB brasileiro não deve mostrar uma expansão maior a 1% este ano. "No último bimestre, a economia deve ficar aquecida por causa do 13º salário e pelo bom aumento do preço das commodities no mercado internacional, favorecendo as vendas externas", disse o presidente da Sobeet à Agência Estado. Constrangimentos Para 2003, Lacerda projeta uma expansão de pouco mais de 2% para a economia brasileira. "Trata-se de um cenário básico e otimista cauteloso", advertiu. De acordo com Lacerda, o Brasil tem condições de crescer de 5% a 6% ao ano, mas isso não ocorre por causa de uma série de "constrangimentos", como o déficit em conta corrente, ainda muito elevado para um quadro internacional conturbado. O executivo cita ainda outros, como o compromisso do superávit primário com o Fundo Monetário Internacional (FMI), carência de infra-estrutura (energia) e ausência de reformas estruturais. Entre elas a da Previdência, a tributária, a fiscal e a trabalhista. Porém, disse ele, "o constrangimento mais grave é o relacionado às contas externas".

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