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Dólar deve chegar a R$ 3 em fevereiro, diz Merrill Lynch

Por Agencia Estado
Atualização:

O estrategista-chefe global de câmbio da Merrill Lynch, Yianos Kontopoulos, estimou que o real deverá se apreciar nas próximas semanas em razão da expectativa de acontecimentos positivos para a economia brasileira. "O anúncio parcial ou total da equipe de governo em algum momento nas próximas semanas, o próprio desembolso de recursos do empréstimo do FMI programados para dezembro e a visita do presidente-eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, aos Estados Unidos serão vistos como acontecimentos positivos", afirmou Kontopoulos no relatório "Moedas latinas ainda registram vulnerabilidade recorde". À Agência Estado, Kontopoulos projetou uma taxa de câmbio de R$ 3,25 por dólar no final do ano de R$ 3 por dólar por volta de fevereiro do ano que vem. "O ponto crítico é romper o patamar de R$ 3,50 por dólar, ou seja, fechar abaixo disso nas próximas semanas", disse ele à AE. No relatório, Kontopoulos disse que, dado o padrão histórico de vulnerabilidade cambial, as moedas de países latino-americanos estão próximas de iniciar uma fase benigna. Com base num índice de vulnerabilidade calculado pela Merrill Lynch, Kontopoulos afirmou que o mês de outubro registrou o nível mais baixo de vulnerabilidade dos últimos dez anos em moedas da América Latina. "Seguindo o padrão semelhante dos meses anteriores, a depreciação cambial continuou a ser o principal fator para esses baixos níveis de vulnerabilidade, especialmente para o real, para o peso argentino e chileno, e para o bolívar venezuelano", disse o estrategista. Kontopoulos também disse que o estresse do mercado cambial da América Latina está concentrado no Brasil. "Apesar de já ter precificado o fim das incertezas com o processo eleitoral, o mercado ainda parece cético sobre as políticas para o futuro do novo governo e parece também mais cauteloso por conta das renovadas pressões inflacionárias", afirmou. Num ambiente altamente volátil, prosseguiu Kontopoulos, a vulnerabilidade do real caiu para o nível mais baixo em dez anos. "Embora a oferta de dinheiro e a inflação tenham mostrado uma tendência de alta (forçando o BC a elevar a taxa de juros em 300 pontos-base em outubro), uma taxa nominal do câmbio mais fraca ajudou a puxar a vulnerabilidade do real para um nível mais baixo", disse. Segundo ele, esse nível extremamente baixo de vulnerabilidade não é uma condição suficiente para um potencial de apreciação do real, mas os acontecimentos positivos mencionados por Kontopoulos podem levar a uma apreciação do câmbio.

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