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Dólar devolve alta da véspera em sessão tranquila

Moeda norte-americana recua 0,74% e encerra cotada a R$ 1,868, acumulando queda de 1,74% na semana

Foto do author Silvio Cascione
Por Silvio Cascione e da Reuters
Atualização:

O dólar acompanhou o dia tranqüilo nos mercados internacionais e, em uma sessão de menor volatilidade, retomou a trajetória de queda nesta sexta-feira, 21. A moeda norte-americana recuou 0,74% e encerrou cotada a R$ 1,868. Na semana, o dólar acumulou desvalorização de 1,74%.   A queda do dólar foi definida no início da sessão, com baixa de mais de 1% logo na abertura. O movimento brusco devolveu a alta ocorrida na véspera, quando uma operação isolada de US$ 1 bilhão no mercado futuro surpreendeu os agentes e inverteu a trajetória do dólar.   Após o forte ajuste, a taxa de câmbio sofreu poucas oscilações, acompanhando o cenário externo tranqüilo. Sem indicadores econômicos ou anúncios corporativos de peso, as bolsas de valores estrangeiras aproveitaram para encerrar a semana com alta moderada, e o Risco País teve ligeira queda.   Fluxo cambial   Em um dia de pouca movimentação, o mercado recebeu a notícia de que o país teve saída líquida de US$ 1,044 bilhão no mês até a última quarta-feira. O dado mostra uma inversão no fluxo de câmbio para o país. Até sexta-feira passada, o Banco Central registrava US$ 270 milhões em entrada líquida no mês, e o fluxo positivo acumulado no ano superava os US$ 70 bilhões. Para Vanderlei Arruda, gerente de câmbio da corretora Souza Barros, isso ainda "é reflexo do efeito manada... de julho, quando estrangeiros tiraram dinheiro dos mercados emergentes para cobrir seus caixas". Na época, os mercados globais viviam o início da turbulência disparada pelo setor de crédito de alto risco (subprime) nos Estados Unidos.   De acordo com o BC, US$ 11 bilhões em aplicações de curto prazo deixarão o país entre setembro e dezembro para cobrir posições no exterior. No entanto, para Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do BC, não está havendo uma fuga de capitais do país.   Swap reverso   Francisco Carvalho, gerente de câmbio da corretora Liquidez, disse que o mercado aguarda para os próximos dias uma definição do Banco Central em relação aos leilões de swap cambial reverso. "Tem que ficar de olho se vai haver rolagem ou não (de swap reverso) no final do mês. Até agora o BC não anunciou", disse, sinalizando que a liquidação desses papéis pode influenciar a cotação do dólar no final do mês.   No dia 1º de outubro ocorre o vencimento de pouco mais de US$ 2 bilhões em contratos de swap cambial reverso - instrumento equivalente a uma compra futura de dólares pelo BC, e que foi utilizado no primeiro semestre para conter a valorização do real.   No mês passado, o BC já deixou de realizar a rolagem de 640 milhões de dólares em contratos que venciam no começo de setembro. Mesmo assim, o lote de swap cambial reverso nas mãos do mercado supera ainda os US$ 22 bilhões.

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