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Dólar dispara 7,5% com piora da crise financeira global

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Por Redação
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Em mais uma segunda-feira de derretimento dos mercados, o dólar fechou em alta superior a 7 por cento e acompanhou os temores generalizados em relação à disseminação da crise financeira global. A moeda norte-americana fechou cotada a 2,200 reais, em alta de 7,53 por cento. É a maior valorização percentual diária desde janeiro de 2002 e o maior patamar de fechamento desde setembro de 2006. Pânico é a palavra que reflete a situação dos mercados por todo o mundo, segundo João Medeiros, diretor de câmbio da corretora Pioneer. "Esse é o termo exato para isso, não tem outra coisa." Após duas interrupções de negócios ao longo do dia, a Bovespa, que chegou a despencar 15 por cento, caía 7,2 por cento a poucos minutos do fechamento do pregão. Em Nova York, as bolsas de valores afundavam mais de 5 por cento, após Europa e Ásia também terem desmoronado mais de 7 e 4 por cento respectivamente. "Não tem tecnicamente nada que explique isso... Você vai perdendo os parâmetros", avaliou Medeiros. O derretimento dos mercados se deu em sessão marcada pela intervenção de diversos governos da zona do euro que, desde o final de semana, empenhavam-se em estimular a liquidez do setor financeiro na região, através do resgate de bancos e da garantia de depósitos bancários. No Brasil, o Banco Central também interveio, vendendo 1,47 bilhão de dólares em leilão de swap cambial tradicional, que equivaleram a 29.500 contratos vendidos, dos 41.600 ofertados. Foi o primeiro swap desse tipo desde maio de 2006. Em entrevista realizada próximo ao fechamento do mercado de câmbio, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reconheceram o impacto da crise no Brasil e divulgaram medidas de combate a seus efeitos no país. Entre elas, está a compra pelo BC de títulos "de primeira qualidade" de bancos brasileiros no exterior com compromisso de repassá-los novamente às instituições financeiras no futuro, com o objetivo de minimizar o impacto de crise externa sobre as linhas de crédito para o Brasil. Em cenário de tanta turbulência, o volume negociado na BM&F foi abaixo da média diária. Para Milton Motta, operador de câmbio da corretora SLW, com o mercado à espera de "notícias concretas", a alta do dólar também teve um componente especulativo. (Reportagem de Jenifer Corrêa)

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