Publicidade

Dólar dispara com pesquisa e cenário externo

A disparada de Lula nas pesquisas não agradou os mercados e o dia está sendo muito pessimista. O dólar já chegou a R$ 3,57 e a Bovespa chegou a cair mais de 4%. O cenário externo também não ajuda.

Por Agencia Estado
Atualização:

O dólar comercial caminha para bater um novo recorde do real, depois de manter alta firme durante toda a manhã. O crescimento de Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PL) na pesquisa Datafolha, o cenário externo e um volume de negócios muito inferior ao normal são os combustíveis de mais essa arrancada da cotação da moeda norte-americana, que chegou a uma alta de 4,85%, cotada a R$ 3,57. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) está tendo um dia muito ruim, voltando a operar nos mesmos níveis de preços do final de 1998 e início de 1999. Até hoje, a máxima do real é de 31 de julho, quando a moeda norte-americana chegou a ser cotada a R$ 3,61 e fechou a R$ 3,47; também por apreensões com a corrida presidencial. Na época, Ciro Gomes (Frente Trabalhista) crescia e dava a impressão que iria para o segundo turno com chances, inclusive, de vencer o candidato petista. Agora, a perspectiva que deixa o mercado apreensivo é a possível vitória de Lula já no primeiro turno. A resposta do mercado hoje a essa possibilidade de Lula sair vencedor em primeiro turno foi forte. Isto porque ela tinha sido amenizada na sexta-feira com os dados do Ibope, que mostravam o candidato recuando de 41% para 39%. Na mesma pesquisa, Serra ficara estável em 19%. Ontem, porém, o Datafolha contrariou o Ibope e indicou a disparada de Lula. Segundo o instituto, o petista escalou de 40% para 44% e está somente a quatro pontos porcentuais da soma dos seus oponentes, aumentando suas chances de se tornar o novo presidente brasileiro já no dia 6. Serra, o preferido do mercado, ao contrário, caiu de 21% para 19%. Por causa da diferença de resultado entre os dois institutos de pesquisa, o mercado aguarda com grande expectativa o próximo Ibope, que deverá ser divulgado amanhã à noite. Além do quadro eleitoral interno, que contraria os interesses do mercado financeiro, pesaram para a alta de hoje os comportamentos dos mercados europeu e dos EUA. Na Europa, as principais bolsas mostram quedas que variaram entre 3,5% e mais de 5%, refletindo as preocupações com a governabilidade da Alemanha, depois da vitória muito apertada do chanceler Gerhard Schroeder. Nos EUA, Dow Jones e Nasdaq também operaram no negativo com as renovadas preocupações de guerra com o Iraque. Além disso, dados continuam chamando a atenção para o fraco desempenho da economia norte-americana. Mercados Às 15h, o dólar comercial para venda estava operando a R$ 3,5500; em alta de 4,26% em relação às últimas operações de sexta-feira. Ao longo do dia, o valor mínimo negociado foi de R$ 3,5000 e o máximo, de R$ 3,5700. Com o resultado apurado agora, o dólar acumula uma alta de 53,28% no ano e de 14,04% nos últimos 30 dias. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagavam taxas de 21,900% ao ano, frente a 21,160% ao ano na sexta. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 apresentam taxas de 26,050% ao ano, frente a 25,100% ao ano negociados sexta. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em queda de 3,89% em 9212 pontos e volume de negócios de cerca de R$ 196 milhões. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma baixa de 32,30% em 2002 e de 4,88% nos últimos 30 dias. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, quatro apresentaram alta. O principal destaque são os papéis da Telesp Celular ON (ordinárias, com direito a voto), com queda de 9,84%. Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - apresenta queda de 1,64% (a 7855,4 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - cai 2,67% (a 1188,44 pontos). O euro opera em queda de 0,33%; sendo negociado a US$ 0,9772. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, está em queda de 0,83 % (373,67 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.