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Dólar dispara na espera pelo discurso de ACM

Os mercados começam o dia preocupados com o conteúdo e os efeitos do discurso de renúncia do senador Antônio Carlos Magalhães. O dólar chegou a R$ 2,3640. A expectativa pelo swap argentino e a crise energética reforçam a cautela.

Por Agencia Estado
Atualização:

Está previsto para as 15h15 o discurso de renúncia do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), que prometeu vários ataques: contra o seu desafeto, o senador Jader Barbalho, o PT e o governo. Outros também podem ser atingidos e teme-se que ACM possa lançar fatos novos comprometendo o governo e, especialmente, o presidente Fernando Henrique Cardoso. O mercado reage com tensão a essa possibilidade e o dólar disparou, chegando a R$ 2,3640. Em função da renúncia de ACM, os investidores têm sido muito cautelosos nos últimos dias. Ontem ensaiava-se uma reação de ações de alguns setores na Bolsa de Valores de São Paulo, também em função da crise energética. Embora ações de empresas de telefonia celular tenham sofrido com a divulgação da possibilidade de um "caladão" - suspensão das transmissões por falta de eletricidade -, papéis do setor elétrico tiveram alta. Se o discurso de ACM não for tão bombástico quanto ele promete, pode haver uma retomada nos negócios. Mas ninguém, por enquanto, aposta nisso. A cautela também justifica-se por outros fatores. Ainda é cedo para avaliar o tamanho da crise de energia, já que o plano de redução de consumo nem entrou em vigor, mas alguns avaliam que a resposta da sociedade tem sido positiva, e talvez as avaliações iniciais tenham sido excessivamente pessimistas. A expectativa, porém, é que continuem as fortes oscilações dos mercados nesses primeiros meses de racionamento, já que os efeitos da falta de energia sobre a economia são certos. Outro fator de apreensão é a divulgação, na segunda-feira, da troca de títulos de curto prazo da dívida argentina. Espera-se que o governo tenha êxito na operação, mas ainda não se sabe a que custo. Além disso, apesar do alívio nas contas públicas nos próximos anos, a economia está em depressão e a simples reestruturação dos débitos não garante a retomada do crescimento. A situação é especialmente difícil devido ao sistema de câmbio fixo, já que o peso está sobrevalorizado, comprometendo a competitividade dos produtos argentinos. Números do mercado Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagam juros de 22,422% ao ano, frente a 22,300% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera com alta de 0,10%. O dólar comercial para venda está em R$2,3640, com alta de 0,72%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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