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Dólar empurra IGPM para recorde desde 1999

Por Agencia Estado
Atualização:

A inflação de setembro medida pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) ficou em 2,40%, a maior taxa desde março de 1999, quando a inflação chegou a 2,83%, impulsionada pelo impacto causado na economia pela mudança cambial de dois meses antes. Em agosto, a alta também recorde desde agosto de 2000, havia sido de 2,32%. O índice já acumula no ano alta de 10,54% e 13,32% em 12 meses. A alta do dólar foi o principal fator responsável pela elevação do IGP-M. ?O repasse do câmbio está bem localizado na alimentação no atacado e tem todas as condições de chegar ao consumidor?, disse o gerente de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Para ele, ?há boa possibilidade? de que o IGP-M de outubro seja ainda maior do que o de setembro. Quadros lembrou que o índice tem forte componente de produtos que sofrem impacto da alta da moeda norte-americana, especialmente no atacado. Segundo ele, o grupo de alimentação - incluindo os produtos in natura (legumes e frutas) e os alimentos processados pela indústria - subiu 4,45% no atacado em setembro ante 3,15% em agosto. O resultado foi considerado por ele como um "sinal preocupante para a inflação nos próximos meses". Sua avaliação é de que o repasse do câmbio para os alimentos deve prosseguir. "Mesmo que o consumidor reaja e reduza um pouco as compras, a cadeia produtiva também está sendo pressionada, e os repasses devem continuar", disse Quadros. O Índice de Preços no Atacado (IPA) em setembro ficou em 3,43%, ante 3,20% em agosto. As maiores altas no atacado ocorreram nos bovinos (7,55%), soja (9,15%), óleo de soja refinado (13,22%) e trigo (10,57%). No varejo, o repasse da alta do dólar para os preços prosseguiu especialmente no caso do pão francês (7,24%), do óleo de soja (11,63%) e do macarrão (4,21%). Segundo Quadros, a queda do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de 0,91% em agosto para 0,67% em setembro ocorreu devido a uma menor pressão dos preços administrados. O grupo de alimentação também apresentou redução no varejo entre os dois meses, de 1,75% para 1,57%, mas Quadros ressaltou que a queda ainda não é motivo para comemoração. ?Acredito que os preços desses produtos ainda devem voltar a subir?, afirmou. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também registrou queda de agosto (0,82%) para setembro (0,68%).

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