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Dólar está na cotação mínima do dia, em R$ 1,6650

Principal mote da derrocada de hoje é a intensificação das expectativas de um novo corte de juros dos EUA

Por Cristina Canas (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

A cotação do dólar comercial não pára de cair. Às 14h45, a moeda norte-americana está no patamar mínimo desta quarta-feira, vendido a R$ 1,6650, em baixa de 1,13%. É o oitavo pregão consecutivo de desvalorização. O principal mote da derrocada de hoje é a intensificação das expectativas de um novo corte na taxa de juros dos EUA, que começou ontem e foi reforçada durante a manhã pelo discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, na Câmara dos EUA. Além disso, o mercado vislumbra mais um fluxo positivo de recursos para o País, com as entradas concentradas no segmento financeiro.   Veja também: Celso Ming explica a queda do dólar Bernanke diz que risco persiste e sugere corte de juros   A perspectiva de recuo de juros nos EUA também atingiu o valor do dólar frente a outras moedas e o euro atingiu recorde de alta. Na abertura de hoje, no mercado doméstico, a valorização do real foi influenciada pelo fato de o euro ter rompido a marca de US$ 1,50 durante a madrugada. E a trajetória da moeda européia sustentou-se. Ao final da manhã, seguindo os efeitos do pronunciamento de Bernanke, o euro bateu máxima até o momento de US$ 1,5145.   Entre outras coisas, Bernanke disse que o Fed "agirá como necessário" e na avaliação dos investidores isso significa juro mais baixo. Até porque o presidente do Federal Reserve não deixou de apontar riscos inflacionários, mas deu ênfase aos problemas que ameaçam o crescimento econômico.   Além disso, Bernanke ponderou que a alta de preços é uma ameaça no curto prazo, mas acrescentou que, num horizonte mais extenso, a inflação pode até cair mais do que esperado. Ao final da manhã, os juros futuros nos EUA precificavam 100% de chances de um corte de 0,5 ponto porcentual no juro básico dos EUA, que passaria dos atuais 3% ao ano para 2,5%.   Arbitragem   Por aqui, essa expectativa de corte de juro nos EUA gera entrada de recursos de curto prazo para arbitragem - operação que têm por objetivo ganhar com a diferença de taxa no Brasil e nos EUA. Foi o que vislumbraram os operadores na manhã desta quarta-feira. Afinal, se o corte dos juros básicos norte-americanos se confirmar, o diferencial entre as taxas externas e as nacionais sobe ainda mais.   E o Brasil apresenta fundamentos sólidos, com possibilidade de atingir o grau de investimento - condição dada a países e empresas com baixo risco de calote - a qualquer momento. Ou seja, o risco dessas operações de arbitragem é cada vez menor, enquanto o ganho fica maior.

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