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Dólar fecha em queda, após ultrapassar R$2,30 na máxima do dia

O movimento de queda ganhou corpo à tarde, com exportadores valendo-se das cotações maiores para vender dólares

Por PATRÍCIA DUARTE E BRUNO FEDEROWSKI
Atualização:
Na semana, o dólar acumulou valorização de 1,16 por cento ante o real Foto: Epitácio Pessoa/Estadão

O dólar fechou em queda nesta sexta-feira, após ser cotado acima de 2,30 reais durante a manhã, quando investidores aproveitaram o clima de aversão ao risco no exterior para testar a tolerância do Banco Central à alta da divisa dos Estados Unidos.

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O movimento de queda ganhou corpo à tarde, com exportadores valendo-se das cotações maiores para vender dólares e diante do clima mais ameno lá fora, após a Rússia informar que encerrou seus exercícios militares perto da fronteira com a Ucrânia.

A moeda norte-americana fechou em queda de 0,4 por cento, a 2,2868 reais na venda, após atingir a máxima de 2,3080 reais e ter subido quase 1 por cento na véspera. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro foi em torno de 1 bilhão de dólares.

"O que vimos também foi uma realização de lucros, com os exportadores vendendo (dólares) com a cotação a 2,30 reais", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, ressaltando que o mercado não consegue sustentar o dólar acima de 2,30 reais por conta das atuações do BC.

Há quase duas semanas o dólar tem sido negociado acima de 2,25 reais, deixando para trás o teto da banda informal de flutuação, entre 2,20 e 2,25 reais, que vigorou desde abril passado, com alguns breves períodos de exceção.

Para alguns especialistas, o intervalo de flutuação pode ter mudado de patamar, indo de 2,25 a 2,30 reais. Com o dólar agora nas máximas em quatro meses, cresceram as expectativas de que o BC possa aumentar suas intervenções para evitar o impacto da alta do câmbio sobre a inflação.

Na semana, o dólar acumulou valorização de 1,16 por cento ante o real.

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"Enquanto o BC não der sinal de que está presente (com mais intensidade), o mercado vai continuar testando", afirmou o operador de uma corretora internacional.

Foi o que aconteceu após o fechamento deste pregão, quando o BC anunciou que elevou a oferta de swaps para rolagem para 10 mil contratos, em leilão que será feito na segunda-feira. Até então, ofertava até 8 mil papéis.

Se mantiver o ritmo de venda de 10 mil contratos por dia até o final do mês, e o mercado aceitar todos, colocará o equivalente a 7,5 bilhões de dólares. Somando com o volume já feito até agora, chegaria a quase 9,5 bilhões de dólares, rolando cerca de 95 por cento do total que vence em setembro.

No mês passado, o BC rolou cerca de 70 por cento dos contratos que venceram em 1º de agosto.

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Pela manhã, a autoridade monetária deu continuidade às suas intervenções diárias e vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares, com volume equivalente a 198,8 milhões de dólares. Foram vendidos 3,5 mil contratos para 2 de fevereiro e 500 contratos para 1º de junho de 2015.

Em seguida, o BC vendeu a oferta total de até 8 mil swaps para rolar os contratos que vencem em 1º de setembro. Até agora, o BC rolou cerca de 20 por cento do lote total, que corresponde a 10,070 bilhões de dólares.

INTERNACIONAL Se pela manhã a cena externa pressionou para cima o dólar, à tarde acabou ajudando no arrefecimento da moeda. Isso porque foi noticiado que a Rússia estava encerrando seus exercícios militares perto da Ucrânia, minimizando os temores de mais sanções entre o Ocidente e a Rússia. Pela manhã, os investidores reagiram à informação de que os Estados Unidos atacaram o Iraque, o que ajudou a empurrar o dólar para cima. No final desta tarde, o dólar caía ante o euro.

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