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Dólar fecha em queda de 0,74%, a R$ 1,742

Na mínima do dia, moeda norte-americana chegou a ser cotada a R$ 1,741

Por Silvana Rocha e da Agência Estado
Atualização:

O dólar à vista renovou as mínimas intraday durante a tarde em meio a um forte volume de negócios. O fluxo financeiro positivo combinado com um ambiente externo de apetite por risco ampararam o declínio das cotações, que foi ampliado na sessão vespertina.

 

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O dólar pronto negociado na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) terminou no piso do dia, cotado a R$ 1,7405, em baixa de 0,94%; a máxima registrada pela manhã foi de R$ 1,7544 (-0,15%). No balcão, a moeda encerrou em baixa de 0,74%, a R$ 1,7420, após oscilar de mínima em R$ 1,7410 (-0,80%) à máxima de R$ 1,7550 (estável).

 

O giro financeiro em D+2 estimado até 16h15 somava cerca de US$ 3,950 bilhões, quase o dobro do volume em D+2 de sexta-feira (de cerca de US$ 2,288 bilhões), informou um operador de câmbio de um banco nacional.

 

Mercado futuro

 

No mercado futuro até 16h36, onze vencimentos de dólar futuro foram transacionados com um volume financeiro de US$ 14,356 bilhões, segundo a BM&F. Apenas o dólar que vence em 1º de janeiro de 2010 concentrou um giro de US$ 14,037 bilhões do total e projetava nesse horário baixa de 0,79%, a R$ 1,7500.

 

Sem indicadores de destaque no calendário desta segunda-feira, os investidores reforçaram as ofertas de dólares diante de ingressos de recursos pelo segmento financeiro. Segundo um operador, amanhã, a chilena CMPC terá de pagar US$ 1 bilhão à Aracruz pela compra da unidade Guaiba acertada no final de outubro e houve o ingresso de uma parte dos recursos hoje, além de uma outra parcela na sexta-feira. A operação totaliza US$ 1,430 bilhão e os US$ 430 milhões restantes devem chegar daqui a 45 dias.

 

Um operador de um banco estrangeiro afirmou que por causa da previsão desse ingresso financeiro, que foi fechado pela Ptax (média da cotação do dólar à vista ponderada pelo volume de negócios) de hoje, havia interesse dos players no enfraquecimento dessa taxa e, para isso, reforçaram as operações de giro intraday, garantindo o declínio dos preços e ainda uma expressiva elevação dos negócios à vista.

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No leilão vespertino, o Banco Central comprou dólar com taxa de corte de R$ 1,7480. A operação, no entanto, não conteve a queda das cotações à vista. "O BC deve ter deixado dólares sobrando no mercado", observou a fonte do banco nacional consultado. A mínima no balcão foi registrada às 15h57, de R$ 1,7410 (-0,80%).

 

Mais cedo, os dados da balança comercial brasileira e as projeções para o câmbio da pesquisa Focus do BC foram monitorados, mas não influenciaram os preços do dólar. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a balança comercial teve um déficit de US$ 4 milhões na segunda semana de dezembro (entre os dias 7 e 13 deste mês). O último déficit semanal da balança foi na primeira semana de novembro, de US$ 147 milhões. O déficit, novamente, foi causado pelo crescimento das importações, que, na semana passada, somaram US$ 3,21 bilhões, ou US$ 643 milhões por dia útil - o maior valor desde o início de novembro, quando somaram US$ 688 milhões. Já as exportações totalizaram US$ 3,21 bilhões na última semana, com média diária de US$ 642 milhões - abaixo dos US$ 654 milhões por dia útil da primeira semana de dezembro.

 

Em dezembro, até o dia 13, a balança registrou um superávit de US$ 372 milhões (com exportações de US$ 5,83 bilhões e de importações de US$ 5,45 bilhões). De janeiro a 13 de dezembro, o superávit da balança comercial brasileira somou US$ 23,57 bilhões, o que representa um crescimento de 1,8% em relação ao saldo registrado em igual período do ano passado (+US$ 23,15 bilhões). A explicação para o crescimento do superávit da balança neste ano está relacionado com a queda maior das importações no decorrer de 2009, em consequência da crise financeira internacional. Embora as compras do exterior tenham crescido nos últimos meses, o resultado anual ainda está "contaminado" por dados da crise financeira, disse um operador.

 

Na pesquisa Focus, a projeção do mercado financeiro para o saldo positivo da balança comercial em 2009 permaneceu estável em US$ 25 bilhões. O Banco Central estima um superávit comercial de US$ 27 bilhões para este ano, mas prevê um saldo positivo de US$ 19 bilhões em 2010.

 

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Na Focus, o mercado não alterou a previsão para o nível do dólar em relação ao real no fim de 2010, cuja mediana das previsões seguiu em R$ 1,75 pela oitava semana seguida. Para o fim deste ano, a estimativa foi elevada de R$ 1,70 para R$ 1,73. A mediana das previsões para a taxa média de câmbio no decorrer de 2010 caiu de R$ 1,74 para R$ 1,73. Há um mês, essa previsão era de R$ 1,75. Para 2009, a projeção de dólar médio seguiu em R$ 1,99 pela oitava semana seguida.

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Do lado externo, pesou para a queda da moeda norte-americana a informação de que Dubai recebeu US$ 10 bilhões em financiamento de Abu Dabi, para pagar parte da dívida do conglomerado Dubai World, que vence até abril de 2010. Hoje vencem US$ US$ 3,52 bilhões em bônus do Nakheel, braço imobiliário do Dubai World, que anunciou o pagamento dos vencimentos dentro do período de carência, de 14 dias, segundo a agência Dow Jones. A garantia deste pagamento induziu a migração de investidores do dólar para moedas consideradas mais arriscadas e também para os mercados de ações e de commodities. Outra notícia considerada positiva foi o anúncio do Citigroup, nos EUA, de que chegou a um acordo com o Tesouro para devolver US$ 20 bilhões em fundos recebidos por meio do Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp). O banco terá de substituir totalmente esses recursos devolvidos com capital novo, por meio da emissão de US$ 20,5 bilhões em ações e dívidas.

 

Contudo, o movimento de venda de dólares foi de certa forma contido por causa de uma aparente cautela em relação à Grécia. Esta tarde, o primeiro-ministro grego, George Papandreou, anunciou que a redução da dívida do país vai começar em 2012 e que a Grécia cortará seu déficit para abaixo de 3% do PIB até 2013. Às 17h07, o euro subia 0,16%, a US$ 1,4647; e o dólar perdia 0,59%, a 88,66 ienes.

 

(Atualizado às 17h30)

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