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Dólar fecha em queda e Bovespa tem dia positivo

Os dados sobre inflação e atividade industrial foram muito bem recebidos hoje nas mesas de operações

Por Agencia Estado
Atualização:

O ambiente doméstico está sendo festejado pelos mercados brasileiros. Nos contratos de DI, já se começa a falar em duas reduções seguidas da Selic nas próximas reuniões do Copom, de 0,50 ponto porcentual cada uma. Os dados sobre inflação e atividade industrial foram muito bem recebidos hoje nas mesas de operações. Mas isso só foi possível porque o humor melhorou em Nova York, com o indicador de atividade do ISM, que mostrou uma economia menos aquecida do que indicavam as expectativas. Com isso, as bolsas fecharam em alta em Wall Street. Por aqui, o dólar caiu e a Bovespa teve um dia positivo. A cautela, no entanto, ainda faz parte dos preços. E as atenções estarão voltadas, nesta sexta-feira, para a divulgação, nos EUA, do payroll de junho. Juros Os juros futuros retomaram a trajetória de queda nesta quinta-feira, estimulados, principalmente, pela melhora no humor no exterior. Indicadores econômicos divulgados nos EUA reduziram a ansiedade em relação à divulgação do payroll (número de vagas criadas). E abriram espaço para que o mercado reagisse às boas notícias locais. O cenário tranqüilo de inflação impediu que o mercado mostrasse preocupação com o fato de a produção industrial ter vindo acima da previsão, crescendo 1,6% em maio ante abril na série com ajuste sazonal. As projeções variavam entre -0,70% e 1,50% e a mediana era de 0,90%. Houve aumento na produção também na comparação com maio de 2005 (4,8%) no acumulado do ano (3,3%) e em 12 meses (2,6%). A alta sobre maio de 2005 ficou dentro das estimativas (+1,30% a +5,60%) mas acima da mediana (+3,65%). Os dados de produção industrial divulgados pelo IBGE não assustam, principalmente, porque foram alavancados pelos segmentos bens de capital e bens intermediários. Na avaliação do Iedi, é significativo que, dessa vez, o crescimento não esteja ancorado nos bens de consumo duráveis, mas "na dobradinha bens de capital/bens intermediários, sendo este último o segmento de maior peso na estrutura industrial brasileira, que praticamente não vinha crescendo nos últimos meses". Ou seja, não se enxerga nos dados focos de pressão inflacionária. Câmbio O dólar pronto devolveu hoje boa parte da alta de 1,43% de ontem, ao fechar cotado a R$ 2,184, em queda de 0,68% na roda da BM&F; e a R$ 2,175, recuo de 1,14%, no balcão. A sustentação à tarde da alta das Bolsas em Nova York e da queda dos juros dos Treasuries, do dólar ante outras moedas e do risco Brasil garantiu a manutenção do declínio do pronto à tarde. Os ativos em Nova York se recuperaram hoje diante do ISM-Serviços de junho abaixo do esperado, que alimentou esperanças de que o ciclo de aperto monetário nos EUA pode estar próximo do fim. A decisão do Banco Central Europeu e do Banco da Inglaterra de manterem inalteradas as taxas de juros também favoreceu o recuo dos juros dos títulos norte-americanos e do dólar, embora a perspectiva para os juros na zona do euro seja de alta de 0,25 ponto para 3% ao ano na reunião marcada para Frankfurt, em 3 de agosto. Além disso, o aumento de 1,6% da produção industrial brasileira em maio ante abril - o melhor resultado deste ano, segundo o IBGE - favoreceu a manutenção das apostas na continuidade da queda da taxa Selic na reunião deste mês, nos dias 18 e 19 e em agosto. Isso porque o bom desempenho da indústria em maio refletiu a normalização dos estoques, que levou o segmento de bens intermediários a responder imediatamente, com aumento da produção, às encomendas de bens finais de consumo, segundo o chefe da coordenação de indústria do IBGE, Silvio Sales. Ele destacou que os bens intermediários, que vinham registrando fraco desempenho na pesquisa, reagiram com força em maio e cresceram a produção (1,9%) acima da média da indústria (1,6%) na comparação com abril. Bolsa O mercado de ações doméstico voltou a seguir Wall Street nesta quinta-feira. As bolsas fecharam em alta em Nova York, refletindo números divulgados hoje pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM), que mostraram menor atividade da economia norte-americana. Mesmo assim, os investidores mantiveram o ambiente de cautela enquanto aguardam, para esta sexta-feira, a divulgação do payroll de junho. No front interno, a exemplo de ontem, o mercado também acompanhou alguns bons indicadores da economia brasileira. O Ibovespa fechou em alta de 0,43%, com 36.533 pontos. Operou entre a máxima de 36.993 pontos (+1,69%) e a mínima de 36.380 pontos (+0,01%). Com esse resultado, a bolsa passou a acumular baixa de 0,26% em julho e alta de 9,20% em 2006. O movimento financeiro ficou em R$ 2,096 bilhões. "A bolsa está esperando o payroll. Se vier um número muito ruim, o mercado despenca. Se vier um número razoável, a bolsa se segura. E se o payroll der instrumentos para o Fed fazer uma pausa no aperto monetário, a bolsa dispara". Assim um operador resumiu as expectativas do mercado para amanhã, tomando por base as perspectivas favoráveis para a inflação e os juros domésticos este ano. "Se depender do cenário interno, vai tudo bem. A questão está em Nova York", completou o operador. Em Nova York, o Dow Jones fechou em alta de 0,66%, o S&P 500 subiu 0,25% e o Nasdaq avançou apenas 0,08%.

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