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Dólar fecha em queda; reservas sobem US$1 bi por títulos do EUA

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Por Silvio Cascione
Atualização:

A alta das bolsas norte-americanas e a entrada de capitais derrubaram o dólar nesta terça-feira, e a moeda norte-americana voltou a ser cotada nos níveis do começo de agosto. Além da bonança externa, dados do Banco Central apontaram que o país pode lucrar também em dias ruins no exterior. Mesmo sem comprar moeda no mercado, as reservas do país aumentaram mais de 1 bilhão de dólares em 1 dia somente com ajustes provocados pela volatilidade recente no exterior. O dólar fechou em queda de 1,08 por cento, cotado a 1,925 real. Em setembro, a moeda norte-americana acumula queda de 1,94 por cento. O mercado de câmbio recebeu nesta terça-feira o sinal verde de Wall Street, que operou em alta desde o começo do pregão em meio ao aumento das apostas por um corte do juro dos Estados Unidos na reunião de 18 de setembro do Federal Reserve, o banco central norte-americano. O impulso externo reforçou a tendência de desvalorização do dólar em meio ao contínuo fluxo cambial do país. A entrada de moeda, trazida principalmente pelos exportadores, já fez a divisa cair quase 10 por cento em 2007. "A moeda americana tem notória tendência a depreciação de preço no nosso mercado... em regra, o fluxo em condições normais é positivo", disse Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio. Com a queda desta sessão, o dólar fechou no menor patamar desde 9 de agosto, antes do pico da turbulência nos mercados internacionais que levou a cotação do dólar acima de 2,10 reais na metade do mês passado. BRASIL LUCRA COM TURBULÊNCIA O mercado foi surpreendido nesta terça-feira com a divulgação de que as reservas internacionais subiram mais de 1 bilhão de dólares na segunda-feira. Desde que o Banco Central deixou de realizar os leilões de compra no mercado à vista, há um mês, as reservas vinham exibindo pequenas oscilações em torno de 160 bilhões de dólares. A autoridade monetária, que não costuma comentar sua atuação no mercado, explicou que o aumento ocorreu por causa da valorização dos títulos do Tesouro norte-americano. Na sexta-feira, o preço dos papéis teve uma forte alta ao mesmo tempo em que despencavam as ações em todo o mundo. A turbulência de 7 de setembro, que também derrubou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) na volta do feriado, começou com a divulgação de que a economia dos Estados Unidos teve em agosto a primeira redução do emprego em quatro anos. Isso disparou temores de recessão na maior economia do mundo e provocou uma corrida para ativos mais seguros, como os Treasuries. Além disso, o rendimento desses títulos desabou com o aumento das apostas por um corte do juro nos Estados Unidos. Como o rendimento se move em direção oposta ao preço desses papéis, os títulos tiveram uma valorização expressiva. Sidnei Nehme comentou ainda que, em dias turbulentos não deve haver mais a mesma pressão de alta sobre o dólar vista em meados de agosto. "Já não há expressivo volume de investimentos estrangeiros nos ativos brasileiros tendentes a sair que possam pressionar fortemente o preço da taxa cambial", disse o diretor.

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