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Dólar fecha estável, sob olhar cauteloso de investidores

Economistas aguardam divulgação de índices que apontam se houve retomada no crescimento dos empregos

Por Silvana Rocha
Atualização:

O dólar à vista oscilou entre leves quedas e altas na sessão até fechar praticamente estável em meio a um fluxo de entrada pequeno e baixo volume de negócios. Os investidores por aqui olharam para o comportamento "de lado" da moeda norte-americana no exterior e não quiseram assumir posições mais arriscadas antes da divulgação nos EUA do payroll de novembro, na sexta-feira.

 

 

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Segundo o economista Miguel Daoud, diretor da Global Financial Advisor, a razão da cautela é que o emprego é o último indicador econômico que aponta se a retomada do crescimento está se realizando ou não. Assim, se os dados de emprego a serem divulgados vierem melhores que o esperado, irão corroborar outros indicadores recentes favoráveis e o mercado deve refazer suas apostas para a política monetária dos EUA, prevendo uma antecipação do início do aperto nos juros pelo Federal Reserve, afirmou Daoud.

 

Nesta quarta, 2, os números da ADP/Macroeconomic Advisers sobre as condições de emprego no setor privado nos EUA vieram piores do que as previsões. Contudo, outros indicadores divulgados ajudaram a neutralizar o efeito negativo sobre os mercados dos dados do setor privado. Em sua pesquisa, a ADP/MA disse que o setor privado cortou 169 mil vagas de emprego em novembro, superando a previsão dos economistas de perda de 150 mil postos de trabalho.

 

No fechamento, o dólar à vista ficou estável no balcão, cotado a R$ 1,7220, após oscilar de uma mínima de R$ 1,716 (-0,35%) à máxima de R$ 1,724 (+0,12%). Na BM&F, o pronto encerrou com leve alta de 0,09%, a R$ 1,7235.

 

O giro financeiro em D+2 registrado até 16h35 somava cerca de US$ 1,1 bilhão - 59% menor que o volume em D+2 da véspera, informou Amado.

 

No mercado futuro, quatro vencimentos de dólar (janeiro/2010, fevereiro foram negociados até às 16h17, com um volume de negócios de cerca de US$ 7,847 bilhões ou 46% inferior ao giro anterior. Deste total, o dólar que vence em 1º de janeiro de 2010 concentrou um volume financeiro de US$ 7,831 bilhões e projetava às 16h27 leve queda de 0,03%, a R$ 1,7300.

 

No leilão vespertino de compra de dólar, o Banco Central fixou a taxa de corte em R$ 1,7247. A compra diária de dólares realizada pelo Banco Central aumentou as reservas internacionais em US$ 2,678 bilhões em novembro, conforme levantamento preliminar feito até o dia 27. Dados da autoridade monetária divulgados hoje mostram que na quarta semana do mês, entre os dias 23 e 27, essas intervenções diárias somaram US$ 690 milhões às reservas. Desde que a compra diária foi retomada em 8 de maio, o BC já retirou US$ 23,679 bilhões do mercado à vista.

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A autoridade monetária divulgou, mais cedo, que houve um forte fluxo cambial positivo na quarta semana de novembro (dos dias 23 a 27), de US$ 2,077 bilhões. Este resultado aumentou o fluxo cambial do mês, que acumulou até o dia 27/11 a entrada líquida de US$ 3,558 bilhões. De acordo com o BC, o forte movimento da semana passada foi liderado pelo segmento financeiro, onde são registradas as transferências para compra de ações e títulos, investimentos produtivos e remessas de lucros e dividendos. Nessa conta, a quarta semana de novembro teve ingresso de US$ 2,287 bilhões, resultado de entradas de US$ 7,656 bilhões e saídas de US$ 5,368 bilhões. No acumulado do mês, a conta financeira acumula ingresso de US$ 2,458 bilhões, com ingresso de US$ 22,979 bilhões e saídas de US$ 20,521 bilhões.

 

Na conta comercial, a semana passada teve movimento contrário, com saída líquida de US$ 210 milhões, decorrente de importações de US$ 4,634 bilhões e exportações de US$ 4,424 bilhões no período. No acumulado do mês, o segmento comercial registra ingresso líquido de US$ 1,100 bilhão, com exportações de US$ 12,405 bilhões e importações de US$ 11,305 bilhões.

 

No ano até o dia 27 de novembro, o fluxo cambial registra entrada de US$ 26,414 bilhões, resultado de superávits pela conta financeira de US$ 15,713 bilhões e pelo segmento comercial, de US$ 10,701 bilhões.

 

Nos Estados Unidos, mais cedo, a empresa de recolocação Challenger Gray & Christmas disse que as principais empresas do país reduziram o ritmo de demissões anunciadas pelo quarto mês consecutivo, com o número de cortes de empregos planejados no menor nível desde o início da recessão, em dezembro de 2007. Os empregadores anunciaram 50.349 cortes de vagas em novembro, 9,6% a menos que em outubro e 72% abaixo do nível de novembro de 2008.

 

Também, novas pesquisas sobre o início da temporada de vendas de final de ano, que começou na Black Friday, sexta-feira seguinte ao feriado de Ação de Graças, indicaram que o consumo cresceu, especialmente para o segmento do comércio online e de artigos de menor custo.

 

No mercado de moedas às 17h32, o euro caía 0,34%, a US$ 1,5040; e o dólar subia 0,34%, a 87,36 ienes.

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