SÃO PAULO - A Bolsa de Valores encerrou o mês de julho em alta de 4,80%, aos 65.920 pontos, com a trégua no cenário político e com um ambiente no exterior mais favorável. É o melhor nível desde 16 de maio, antes da deflagração da atual crise política com a delação da JBS, quando o Índice Bovespa encerrou o pregão aos 68.920 pontos.
A calmaria se deu por conta do recesso parlamentar e também da percepção de que a condução da política econômica não é afetada pelos desdobramentos da denúncia contra o presidente Michel Temer. Julho terminou com sinal mais otimista do que começou no mercado local.
A valorização da bolsa foi comandada pelas ações da Vale e das siderúrgicas, impulsionadas pela disparada de 7,23% do minério de ferro no mercado à vista chinês.
Assim, não só os negócios na Bolsa melhoraram como, na outra ponta, o dólar caiu 5,79% no mês, ficando na lanterna do ranking de investimentos. Cotado a R$ 3,1202 no fechamento, a moeda americana teve a maior queda mensal do ano.
Para o administrador de investimentos Fábio Colombo, o que ditará o rumo dos negócios nos próximos meses é a tramitação da reforma da Previdência, que deve ser retomada logo após a análise da denúncia contra Temer.
No exterior, apesar de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), ter mantido a taxa de juros da economia dos Estados Unidos na faixa entre 1,00% e 1,25% ao ano, o ritmo do aperto monetário naquele país é uma variável monitorada por investidores no cenário doméstico e pode ter reflexos em negociações locais.
O mercado também está atento ao mesmo movimento do Banco Central Europeu (BCE) e aos dados de crescimento da China, grande parceiro comercial do Brasil.