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Dólar fecha na mínima em mais de 1 mês; BC anuncia novo leilão

Por DANIELLE FONSECA
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O dólar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira pela terceira sessão seguida, registrando seu menor nível em mais de um mês, ainda sob o impacto de ações do Banco Central, sendo a mais recente delas o anúncio de mais um leilão de venda de dólares conjugado com compra para sexta-feira. Operadores avaliam que as últimas ações sugerem que o BC pode voltar a agir para conter uma alta excessiva da moeda norte-americana e tirar uma maior volatilidade do câmbio. Além disso, a demanda por dólar pode já estar diminuindo, após ter crescido de forma acentuada neste fim de ano, época em que habitualmente há mais necessidade de moeda estrangeira. Muitas filiais brasileiras, por exemplo, têm de remeter capital a suas matrizes no exterior. A moeda norte-americana caiu 0,31 por cento, para 2,0640 reais na venda. Trata-se da cotação mais baixa desde 12 de novembro, quando fechou a 2,0515 reais. Durante a sessão desta quinta-feira, a moeda oscilou entre 2,0549 reais e 2,0700 reais. Segundo dados da BM&F, o volume negociado foi de 1,448 bilhão de dólares. "Está claro que o BC não quer o dólar alto, nem o (ministro da Fazenda, Guido) Mantega está falando mais sobre isso", avaliou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. Nesta quinta-feira, a autoridade monetária informou a realização de um leilão de venda de dólares com compromisso de recompra para o dia seguinte, ofertando até 2 bilhões de dólares. A taxa de corte é de 2,084450 ou outra mais favorável ao BC. A instituição tem realizado uma série de leilões similares --também chamados de leilões de linha-- desde o começo do mês. Nesta semana, por exemplo, anunciou essas operações --que ajudam a elevar a liquidez no mercado cambial-- todos os dias. O BC também tem recorrido a outras medidas, como a que facilita a formação de posição vendida em câmbio --quando investidores apostam na queda do dólar ante o real--, anunciada na terça-feira. O mercado avalia, diante das últimas ações, que a autoridade monetária não quer o dólar mais elevado e acima de 2,10 reais, para evitar, sobretudo, pressões inflacionárias. Declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, feitas no início do mês sugeriram que o governo queria um dólar mais alto como forma de estimular a economia. No entanto, após a moeda norte-americana chegar ao patamar intradia de 2,14 reais, o BC voltou a atuar com mais força no mercado. Nesta quinta-feira, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, disse ainda que o cenário com que trabalha é o de uma taxa de câmbio "mais estável do que nos últimos 12, 15 meses", sinalizando que a instituição quer evitar altas ou quedas excessivas da divisa. Alguns analistas avaliam que o BC também indica que está confortável com o dólar no patamar em torno de 2,05 reais. O economista-chefe da Gradual Investimentos destaca, por exemplo, que no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, o BC afirma que trabalha com um câmbio a 2,05 reais em seu cenário de referência. (Reportagem de Danielle Fonseca)

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