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Dólar lidera ranking e renda fixa perde do IGP-M

Com a turbulência nos mercados, moeda se valoriza 4,3% em agosto; fundos e CDBs não rendiam menos que a inflação desde agosto de 2004

Por Rosangela Dolis
Atualização:

O dólar teve a maior valorização entre os ativos financeiros em agosto, mês marcado pela turbulência no mercado global em decorrência da crise imobiliária americana. A moeda americana subiu 4,30% - a alta beneficia os fundos cambiais, que acompanham a valorização; no paralelo, a moeda americana subiu 2,39% (3º lugar no ranking). O ouro, em segundo lugar, subiu 2,42%. A Bolsa, que chegou a cair 11,38% em agosto, no dia 16, o pior do mês, recuperou-se e fechou o mês em quarto lugar, com alta de 0,84%. A bolsa e todas as aplicações de renda fixa (fundos, CDBs e caderneta)renderam em agosto abaixo da inflação de 0,98% medida pelo IGP-M, o que equivale a ganho real negativo. A inflação não superava o rendimento de fundos e CDBs desde agosto de 2004 e da caderneta desde novembro de 2006. Entre as aplicações remuneradas por juros, os fundos DI, com rendimento líquido médio de 0,73%(-0,25% de ganho real), foram o melhor investimento, porque puderam tirar proveito da alta dos juros provocada pela crise. Nessas carteiras, o gestor tem o compromisso de atrelar no mínimo 95% do total em títulos da carteira à variação do CDI (título trocado entre bancos) ou à taxa Selic. Isso permitiu que o fundo DI acompanhasse a alta das taxas e atraísse investidores; eles receberam depósitos que no dia 28 superavam os saques em R$ 3,91 bilhões (captação líquida). Boa parte desses recursos foi alocada por investidores que migraram dos fundos de renda fixa, de onde a saída líquida no mês estava em R$ 5,90 bilhões no dia 28. Esses fundos renderam em média 0,67% líquido, perdendo para os CDBs de valor acima de R$ 100 mil, que pagaram em média 0,70% líquido. As cotas dos fundos de renda fixa chegaram a ter variação negativa no meio do mês, porque os juros dos títulos de longo prazo prefixados e indexados à inflação presentes nas carteiras ficaram abaixo da taxa de mercado e o prejuízo precisou ser contabilizado. Com a melhora do mercado nos últimos dias, esses fundos puderam recuperar parte do prejuízo. Para pequenos investidores no segmento de renda fixa, a caderneta foi a melhor opção em agosto, com rendimento de 0,65%, seguida pelos fundos DI com taxa de administração de 2,5% ao ano, com rendimento líquido de 0,60%, e pelos CDBs, que para esse público ofereceram 0,58% líquido. De modo geral, os fundos precisam ter taxa de administração máxima de 1,5% ao ano para render mais que a caderneta. Os fundos multimercado, até dia 28, apresentavam rentabilidade negativa no mês. A versão sem renda variável foi prejudicada pela alta dos juros e as com renda variável, pela queda das ações. Esses fundos perdiam no mês, até dia 28, R$ 971,45 milhões. SETEMBRO O administrador de investimentos Fábio Colombo alerta que, embora a crise tenha se amainado, "não podemos descartar novas ondas negativas". Para ele, "o mercado está apostando de forma exagerada na redução dos juros americanos pelo Fed (o banco central dos EUA), e isso pode trazer turbulências caso o corte não se concretize". Para o administrador, na renda fixa, os fundos DI são a opção mais rentável e segura em setembro. Já os fundos cambiais devem ser vistos como "diversificação de portfólio, como forma de seguro", diz Colombo. O investimento em bolsa deve considerar que o Ibovespa "está ainda em patamar muito alto e poderá sofrer correção no curto ou médio prazos".

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