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Dólar nunca mais valerá menos que R$ 3, prevê economista

Ouça a a entrevista no AE Financeiro

Por Agencia Estado
Atualização:

A consolidação política com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva não deverá provocar uma queda muito acentuada na cotação do dólar, afirma o economista Joseph Tutundjian. "O câmbio nunca mais ficará abaixo dos R$ 3,00", previu. Para ele, a alta da moeda norte-americana pode até ser vista como um bom fator para o exportador, porque aumenta a rentabilidade. "Mas estraga a estratégia e isso não é positivo. Preferia um patamar estável do que esta volatilidade e loucura que foi nestes últimos três meses", afirmou. Ele acredita que as linhas de financiamento para comércio exterior só deverão ser normalizadas em meados do primeiro trimestre do próximo ano, após a posse do novo governo. De acordo com o economista, em termos de fundamentos, não havia razão lógica para o mercado passar pelas turbulências dos últimos meses. Porém, está confiante de que, com o fim das eleições, isso tende a se amenizar, como mostrou a rolagem integral da dívida cambial, nesta semana. Tutundjian lembrou que a grande aversão do mercado internacional para investimentos - não só em emergentes, como em seus próprios países - é o que dificulta a oferta de recursos. Mas acredita que a maior demanda para linhas de ACC (antecipação de crédito) já passou. "Nos dois últimos meses do ano, as importações são pouco maiores que as exportações. Mesmo assim teremos a necessidade de US$ 1 bilhão por mês para estas linhas", afirmou. Tutundjian avalia que o dólar a R$ 3,00 é um nível razoável para a exportação. "Isso pode ser visto, quando buscamos o início da alta da moeda. Quando era R$ 2,75 já começou a sinalizar a reviravolta do setor, com um maior custo das importações e uma maior rentabilidade para os exportadores", afirmou.

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