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Dólar recua com melhora do cenário global e leilões do BC

Por FABIO GEHRKE
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O dólar fechou em queda pela segunda sessão consecutiva nesta terça-feira, aproveitando a relativa tranquilidade dos mercados acionários e medidas do Banco Central para devolver parte das recentes altas. A moeda norte-americana perdeu 2,38 por cento, a 2,095 real. Na semana, a divisa já acumula baixa de 9,93 por cento, mas ainda avança quase 10 por cento neste mês. "O mercado ainda continua preocupante, mas está um pouco mais tranquilo. Pelo menos, agora o pessoal começou a trabalhar com algum fundamento, precificando os ativos", afirmou Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do Banco Paulista. Segundo o diretor, o aumento da confiança dos investidores com os planos coordenados dos principais governos mundiais para combater a crise está abrindo espaço para o ajuste do dólar no mercado doméstico. Nesta terça-feira o governo dos Estados Unidos anunciou as primeiras iniciativas para injetar recursos nos bancos, seguindo medidas similares na Europa, o que elevou os ânimos dos investidores. "(A recente valorização do dólar) foi muito mais um ataque irracional do que realmente uma precificação com algum fundamento", ressaltou Rodrigues, explicando que o ajuste do dólar deve ocorrer de forma mais rápida do que nas bolsas. Na última quarta-feira, o dólar chegou a atingir 2,530 reais, o que representou uma alta de mais de 60 por cento frente ao fechamento de 1o de agosto. No fechamento do mercado cambial no país, o índice Dow Jones operava em queda de cerca de 1 por cento em Nova York, enquanto a Bovespa apresentava oscilações perto da estabilidade. Mas Rodrigues ponderou que qualquer estresse externo pode novamente impulsionar a moeda norte-americana frente ao real. O Banco Central realizou nesta sessão mais um leilão de venda de dólares no mercado à vista e um leilão de swap cambial, no qual vendeu a totalidade dos contratos oferecidos. O BC anunciou ainda que realizará um leilão de venda de dólares com compromisso de recompra na quarta-feira. A autoridade monetária vem atuando diariamente para combater os problemas de liquidez, tanto em reais quanto em dólares, derivados da crise internacional de crédito. "O governo vem agindo de forma bem correta. A falta de liquidez lá fora... empoçou a liquidez nos grandes bancos aqui dentro", afirmou o diretor, referindo-se principalmente à falta de linhas de créditos em dólares para exportadores. (Edição de Alexandre Caverni)

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