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Dólar recua e incertezas continuam

Com as medidas do BC, o dólar permaneceu em baixa durante toda a manhã. Analistas alertam que ainda há muitas incertezas no cenário e as cotações podem voltar a subir.

Por Agencia Estado
Atualização:

As últimas medidas adotadas pelo Banco Central (BC), com o objetivo de conter a escalada do dólar, deve ter impacto limitado, segundo os analistas (veja mais informações no link abaixo). De fato, o dólar recuou no início do dia, mas nada indica que as cotações não voltem a subir. Para o economista-chefe do BicBanco, Luiz Rabi, a alta do dólar não é resultado exclusivamente de operações especulativas, mas embute as perspectivas negativas em relação ao forte desaquecimento mundial no próximo ano. A magnitude desta queda na atividade econômica vai depender da forma como os Estados Unidos vão reagir aos ataques terroristas ocorridos em Nova York, no dia 11 de setembro. "Para o Brasil, o desaquecimento econômico mundial e uma possível recessão nos Estados Unidos são muito desfavoráveis, já que o País precisa de uma significativa entrada de capital estrangeiro no próximo ano, o que deve ficar ainda mais difícil, dadas as incertezas internacionais", explica. Dólar pode voltar a subir Uma nova pressão de alta sobre o dólar pode voltar mais rapidamente, caso uma das agências de classificação de risco rebaixe o rating (avaliação) dos papéis da dívida brasileira. Rumores sobre esta possibilidade já tomaram conta dos mercados ontem, ao final do dia, e o dólar comercial encerrou o dia em alta de 0,85%. Hoje, a agência de classificação de risco Fitch alertou que as empresas privadas da América Latina correm o risco de defaults, leia-se calote, em suas dívidas e, com isso, podem ter seus ratings rebaixados. Em outra agência, a Standard & Poor´s, a diretora adjunta de risco soberano, Lisa Schinellertem, afirmou ao correspondente Fábio Alves, que o impacto fiscal do câmbio coloca o rating do Brasil sob pressão. Segundo ela, a elevada parcela da dívida pública indexada ao dólar reflete uma fraqueza estrutural da dívida brasileira e esta fragilidade do Brasil pode ser exacerbada neste ambiente externo mais difícil. A S&P, no entanto, não quis antecipar uma decisão sobre o rating brasileiro. "Não é política nossa comentar antecipadamente nossas ações de rating, mas estamos analisando as respostas que o governo brasileiro está adotando em termos de política econômica, a magnitude e o tipo destas medidas e também a reação do mercado a estas medidas", afirmou a diretora da agência. Veja os números no mercado financeiro Às 15h02, o dólar comercial estava cotado a R$ 2,7050 na ponta de venda dos negócios, com queda de 1,21% em relação aos últimos negócios de ontem. Os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - pagam juros de 24,440% ao ano, frente a 24,700% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera com queda de 0,54%. Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - está em queda de 0,50%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - opera com baixa de 2,57%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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