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Bolsa fecha em alta, aos 79 mil pontos; dólar termina cotado a R$ 5,19

Na máxima do dia, a B3 ultrapassou os 81 mil pontos; pressionada, moeda americana tem dia de instabilidade e chegou a bater em R$ 5,21

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Por Redação
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta nesta terça-feira, 14, aos 79.918,36 pontos, um ganho de 1,37%. O resultado, no entanto, é inferior aos 81 mil pontos que a B3 alcançou ao longo do pregão. Já o dólar teve um leve recuo em comparação com a máxima do dia e fechou cotado a R$ 5,19, uma alta de 0,13%.

O Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, abriu as negociações desta terça em alta, alcançando novamente o patamar de 80 mil pontos - algo que não se via desde o início da crise do novo coronavírus, causador da covid-19. Na máxima do dia, às 11h35, a Bolsa estava nos 81.675,29 pontos. Às 16h19, a B3 seguia firme aos 80.465,52 pontos, mas perdeu a força nos últimos dez minutos do pregão.

Dólar Foto: Reuters

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Na última segunda-feira, 13, a B3 já dava sinais de recuperação, ao fechar no patamar dos 78 mil pontos. Os resultados já trazem novo ânimo ao mercado, já que no final de março, a Bolsa ficou a apenas 5% de perder os 60 mil pontos.

Já o dólar recuou na abertura, para R$ 5,15 - na última segunda, a moeda fechou cotada a R$ 5,18. Mas, por conta da forte queda nos preços do petróleo e também pela saída de estrangeiros do mercado brasileiro, a moeda americana voltou ao patamar de R$ 5,20, até atingir a máxima do dia, de R$ 5,21.   

A moeda americana possui, neste ano de 2020, uma valorização próxima de 30%. Para se ter uma ideia, no início do ano, o câmbio estava perto de R$ 4. Em abril, o valor das negociações atingiu a máxima nominal, quando não se desconta a inflação, R$ 5,32. 

A forte variação do câmbio nacional acontece desde o início de março, por conta das incertezas provocadas pela pandemia do novo coronavírus. Desde então, o dólar já se valorizou mais de 10% no período e o Ibovespa saiu dos 119 mil pontos para se estabilizar na casa dos 70 mil pontos, uma queda de quase 40%. 

Cenário local 

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Preocupações com disputas políticas e riscos fiscais continuam no radar do investidor. O governo sofreu uma derrota na Câmara na última segunda-feira, 13, com a aprovação, por 431 votos a 70, do texto-base do projeto que estabelece auxílio financeiro a Estados e municípios durante a pandemia de coronavírus. A medida vai agora ao Senado, mas o governo já avisou que vetará a proposta, que tem impacto de R$ 89,6 bilhões nos cofres públicos. O texto recompõe por seis meses (de maio a outubro deste ano) as perdas das receitas com arrecadação de impostos, além de suspender dívidas com BNDES e Caixa, sem contrapartidas.

Já a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Orçamento de Guerra, cuja votação ficou para a próxima quarta-feira, 15, traz preocupações ao mercado, especialmente a regra que amplia os poderes do Banco Central. Pela PEC, o BC poderá fazer um tipo de operação de compra e venda de títulos do Tesouro Nacional diretamente no mercado para reduzir as taxas de juros de prazos mais longos. Segundo técnicos da área econômica do governo ouvidos pelo Estado sob condição de anonimato, o projeto pode trazer problemas de caixa para o Tesouro Nacional no futuro.

Dentre as outras notícias do dia, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) - considerado uma espécie de prévia do PIB -, divulgado pelo Banco Central (BC) nesta terça, apontou que a economia brasileira cresceu 0,35% em fevereiro. No entanto, o valor ainda não considera os efeitos do coronavírus.

Já o Fundo Monetário Internacional (FMI), também divulgou hoje um relatório em que aponta uma projeção de queda de 3% na economia global e de 5,3% no Brasil, somente para este ano. O tombo, segundo a entidade, seria bem pior que o presenciado na crise mundial de 2008 e tem o potencial de fazer tanto com que economias avançadas quanto emergentes entrem em recessão, algo visto apenas na Grande Depressão, de 1932. O atual período já é definido pelo FMI como a Grande Paralisação.

Cenário internacional

Itália Espanha estão se mobilizando para amenizar algumas das restrições impostas por causa do coronavírus, uma vez que os números de casos e mortes pela covid-19 vêm dando sinais de desaceleração. Além deles, outros países da Europa também estudam reverter as medidas adotadas no combate à pandemia,

Já nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump, disse que seu governo está muito perto de concluir um plano para reabrir a economia americana, visto que o coronavírus aparentemente também se aproxima de seu pico no país.

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Também animou os investidores, a divulgação de dados da balança comercial da China. Segundo a Administração Geral de Alfândegas do país, as exportações chinesas caíram 6,6% na comparação anual de março, após terem baixado 17,2% no período de janeiro e fevereiro. Os resultados foram positivos, já que os economistas consultados pelo Wall Street Journal projetavam um recuo de 15,9% em março. Já as importações chinesas se retraíram 0,9% no mesmo intervalo - nos primeiros dois meses do ano, o declínio foi de 4,0%. A projeção era de queda de 10% em março. 

Petróleo

A commodity tornou a fechar com queda nesta terça, após ser pressionada pela baixa demanda, ou seja, pouca procura pelo ativo. No fim de semana, o Departamento de Energia (DoE) americano, previu que a produção do petróleo nos Estados Unidos cairá de 183 mil barris por dia (bpd) em maio, a 8,526 milhões de bpd. A própria Petrobrás anunciou a paralisação de 45 de suas plataformas. Nesse cenário, analistas já dizem que o acordo fechado pela Opep+, para tentar diminuir das perdas desse mercado, pode não ser o bastante. 

Como consequência, o WTI para maio, referência no mercado americano, fechou em queda de 10,26%, a US$ 20,11 o barril. Já o Brent para junho, referência no mercado europeu, recuou 6,74%, a US$ 29,60 o barril. Durante a sessão, o WTI chegou a ser negociado abaixo de US$ 20 o barril, a US$ 19,95 na mínima, e o Brent no fechamento continuava a perder a marca de US$ 30 o barril. 

Mercados internacionais 

As Bolsas de Nova York tiveram um dia de ganhos. O índice Dow Jones fechou em alta de 2,39%, enquanto o S&P 500 avançou 3,06%. Já o Nasdaq subiu 3,95%. Ajudaram a dar novo ânimo ao mercado americano, os primeiros balanços das maiores empresas dos EUA, que ao invés das perdas drásticas, tiveram resultados mistos.

Os mercados asiáticos tiveram alta na manhã desta terça. Na China continental, o índice Xangai Composto subiu 1,59% e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 2,22%. Em outras partes da região asiática, o japonês Nikkei saltou 3,13% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 1,72% em Seul e o Taiex registrou alta de 2,31% em Taiwan. Na Bolsa de Hong Kong, que retomou operações após o feriado de Páscoa, o Hang Seng subiu 0,56%. Na Oceania, o mercado australiano também só retornou nesta terça do feriado de Páscoa e o índice S&P/ASX 200 se valorizou 1,87% em Sydney, atingindo seu maior patamar desde 13 de março.

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Já as bolsas da Europa fecharam sem sentido único nesta terça. A Bolsa de Frankfurt teve ganho de 1,25%, Madri teve alta de 0,54% e Paris teve ganhos de 0,38%. Em Lisboa, a alta foi de 0,83%. Já as Bolsas de Londres e de Milão tiveram perdas de 0,88% e de 0,36%, respectivamente./ SILVANA ROCHA, LUCIANA XAVIER, SERGIO CALDAS, GABRIEL BUENO DA COSTA, FELIPE SIQUEIRA E MAIARA SANTIAGO.

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