Apesar de mais atuações do Banco Central, o dólar fechou em alta pela terceira sessão consecutiva, refletindo mais uma sessão de pessimismo nos mercados, em meio às persistentes preocupações com a economia global. A divisa norte-americana fechou cotada a 2,387 reais, em alta de 2,67 por cento, após ter chegado a disparar quase 4 por cento ao longo do dia. Neste mês, o dólar subiu em 10 de 13 sessões, acumulando alta de mais de 10 por cento. "O mercado vive um momento de aversão a risco muito grande, um momento de muita incerteza, muitos prejuízos... A incerteza é generalizada com relação ao fantasma da recessão...", afirmou Mario Paiva, analista de câmbio da corretora Liquidez. Após as perdas nos mercados asiáticos e europeus, o principal índice da Bovespa recuava em torno de 1,5 por cento, na esteira das bolsas de valores norte-americanas que também cediam mais de 2 por cento. De acordo com Paiva, outro fator que ajudou a elevar o dólar frente ao real foi posicionamento dos investidores estrangeiros no mercado futuro da moeda norte-americana. Segundo dados divulgados pela BM&F, eles mantinham em torno de 13 bilhões de dólares em posições compradas nos últimos dias. No mês, essa exposição --que significa na prática uma aposta na alta do dólar-- nunca ficou abaixo de 11 bilhões de dólares. O Banco Central divulgou nesta quarta-feira que o fluxo cambial do país em novembro ficou negativo em 877 milhões de dólares até o dia 14. Nesse contexto, a autoridade monetária segue a linha de intervenções no mercado de câmbio para tentar controlar a alta do dólar frente ao real. Além de um leilão de venda de dólares no mercado à vista e de dois leilões de swap cambial tradicional --sendo um para continuar a rolagem de um lote de contratos que vence em 1o de dezembro--, o BC vendeu 1,07 bilhão de dólares em três leilões de venda da moeda com compromisso de recompra. (Reportagem de Jenifer Corrêa)