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Dólar se descola do cenário externo e cai ante real

Moeda norte-americana oscilou sem força durante todo o dia e fechou em queda de 0,11%, a R$ 1,7820

Por Tais Fuoco
Atualização:

Pouquíssimos negócios deram o tom do segundo dos três dias úteis que a semana de Natal concentra, liquidez ainda mais enfraquecida pelo fato de que não há operações com liquidação em dois dias  na BM&F. A surpresa foi o comportamento do dólar frente a outras moedas, em alta, apesar da revisão para baixo do PIB dos Estados Unidos. No mercado doméstico, o dólar balcão oscilou sem força durante todo o dia e fechou em queda de 0,11%, a R$ 1,7820.

 

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A alta do dólar no exterior, na opinião de Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora, "demonstra que havia certo exagero dos investidores internacionais" em vender a moeda americana. Agora, aponta a executiva, "parece que qualquer que seja o cenário o investidor vai se manter conservador".

 

O PIB norte-americano cresceu à taxa anualizada de 2,2% no terceiro trimestre, após contração de 0,7% no segundo trimestre. No mês passado, o Departamento do Comércio havia revisado o crescimento para 2,8%, de uma estimativa preliminar informada antes de expansão de 3,5%. A revisão final do PIB mostrou crescimento da economia no terceiro trimestre inferior à expectativa dos economistas de expansão de 2,7%.

 

O crescimento do terceiro trimestre foi o primeiro em mais de um ano e o maior em quase dois anos. Houve pequena revisão em baixa nos gastos trimestrais com consumo para alta de 2,8% no terceiro trimestre, de 2,9% na revisão anterior.

 

"A percepção de que, a despeito do PIB do 3º trimestre, os Estados Unidos tendem à recuperação antes da Europa cria um viés de valorização do dólar ante as moedas fortes e isto, naturalmente, impactará no preço do real localmente", também cita Sidnei Nehme, diretor executivo da NGO. Perto das 16h45, o euro perdia 0,17%, a US$ 1,7820, enquanto o dólar avançava 0,36%, a 91,70 ienes, e a libra tinha recuo de 0,48%, a US$ 1,5981.

 

Exportações

 

No mercado doméstico, a avaliação de Miriam sobre a participação do presidente do BC, Henrique Meirelles, em um programa de televisão neste final de semana é de que o Brasil não deve ter um desempenho forte de exportações em 2010 , enquanto as importações devem acelerar o ritmo. Meirelles afirmou, segundo ela, que não há pressão inflacionária no País, mas, se ela acontecer em algum momento, o Brasil está pronto para importar a custos mais baixos para aliviar qualquer pressão de inflação.

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"O Brasil não deve ter um mercado exportador muito forte em 2010 e, se as importações vão crescer, o câmbio não tem o menor cenário para ficar fora dos patamares atuais", avalia Miriam. Por isso, ela acredita que "taxas de câmbio muito mais baixas ou muito mais altas vão ser difíceis de acontecer" e projeta uma variação entre R$ 1,74 e R$ 1,77 para janeiro.

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