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Dólar segue exterior e fecha no menor nível desde 18/05/99

Moeda norte-americana é influenciada por entrada de recursos no País e fecha cotada a R$ 1,671

Foto do author Silvio Cascione
Por Silvio Cascione e da Reuters
Atualização:

O dólar caiu pela oitava sessão consecutiva nesta quarta-feira, 27, pressionado por operações no mercado futuro, pela entrada de recursos no País e pela queda generalizada da moeda norte-americana nos mercados internacionais. Veja também: Celso Ming explica a queda do dólar Bernanke diz que risco persiste e sugere corte de juros O dólar terminou o dia a R$ 1,671, com baixa de 0,77%, o menor valor desde 18 de maio de 1999. Na mínima, a moeda chegou a ser negociada a R$ 1,665 no pregão à vista da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Em oito dias de desvalorização, o dólar caiu quase 5% em relação ao real. A moeda norte-americana sofreu com a sinalização dada pelo chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, de que haverá novos cortes dos juros nos Estados Unidos. O euro, por exemplo, bateu mais um recorde, acima de US$ 1,51. "É mais um movimento de perda do dólar ante outras moedas do que de apreciação do real... porque a perspectiva de desaceleração um pouco mais forte dos Estados Unidos vai se consolidando cada vez mais", disse Jankiel Santos, economista do banco ABN Amro. Juros Com juros menores nos Estados Unidos, diminui o interesse por investimentos na maior economia do mundo. Nesse cenário, o Brasil, que tem uma taxa de juros relativamente alta e uma economia com fundamentos mais sólidos do que no passado, aparece como um destino atraente, explicou. Esse movimento, porém, não tem envolvido somente o fluxo efetivo de moeda. Grande parte da responsabilidade pela série de quedas do dólar, apontam analistas, vêm do mercado futuro, onde se desenrolam as chamadas operações de arbitragem. Nessas operações, o investidor busca lucrar com a diferença entre os juros cobrados no Brasil e no exterior. Além disso, muitos agentes vendem dólares no mercado futuro, apostando em mais desvalorização da moeda. Na terça-feira, por exemplo, os estrangeiros mantinham, em termos líquidos, US$ 6 bilhões em posições vendidas no mercado futuro. No meio de janeiro, esse montante chegou a ser de apenas US$ 200 milhões. Com muitos investidores vendidos em dólar, aumenta a pressão para que a cotação do final do mês - usada para a liquidação de um lote de contratos - seja cada vez mais baixa. "Teve muita gente que acabou aproveitando essa furada do patamar de 1,70 (real) para pressionar ainda mais a cotação da moeda", comentou Santos, que não vê perspectiva para o fim do processo. "Não tem piso."

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