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Dólar segue firme como o mais rentável de maio

Os investimentos atrelados à variação do dólar são os mais favorecidos com o momento de incertezas no cenário político. Na primeira quinzena do mês, a moeda norte-americana acumula uma alta de 6,32%. Já a Bolsa é a mais prejudicada, com perda de 5,62%

Por Agencia Estado
Atualização:

As notícias em torno da corrida eleitoral abalaram os ânimos dos investidores e, num momento de incertezas quanto à sucessão presidencial, a busca por hedge (segurança) cambial prevaleceu nas negociações do mercado financeiro fazendo com que a cotação do dólar disparasse nos últimos dias. Nos primeiros 15 dias de maio, o dólar acumula uma valorização de 6,32% de acordo com a cotação oficial do Banco Central (BC). Com isso, os investimentos atrelados à variação do câmbio são os mais rentáveis na primeira quinzena do mês. Os investidores que destinaram parte de seus recursos nos fundos cambiais obtiveram o melhor desempenho, um ganho de 6,60%. Isso porque, além da variação do dólar, o fundo paga uma taxa de juros prefixada. Já quem optou por comprar a moeda no mercado paralelo registrou um ganho nominal de 4,65%. O ouro também é favorecido em períodos de instabilidade. Na quinzena, o ativo registra uma alta de 6,71% mantendo a tendência verificada no mês passado, quando registrou a melhor rentabilidade do mês dentre as outras modalidades de investimento, com ganho de 3,45%. Em seguida, aparecem as aplicações de renda fixa. Os fundos DI, cujas taxas de remuneração são ajustadas de acordo com o negociado no mercado, aparecem como os mais rentáveis, com ganho de 0,64%. Os fundos de renda fixa, que pagam juros prefixados dos títulos públicos federais, registram um ganho de 0,58%, de acordo com dados projetados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). Já os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) de 30 dias para médias quantias registram rendimento nominal de 0,61%. A caderneta de poupança rende 0,34%. Os mais prejudicados com as incertezas no cenário político são os investidores da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O Ibovespa, índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bovespa, acumula uma queda de 5,62% durante a primeira quinzena de maio. Corrida eleitoral na mira do mercado Na virada no mês, algumas instituições estrangeiras - os americanos Merrill Lynch e Morgan Stanley, o holandês ABN Amro e o espanhol Santander - recomendaram aos seus clientes diminuir os investimentos no Brasil. O motivo comum alegado entre eles para a medida foi o crescimento do pré-candidato do PT à presidência, Luís Inácio Lula da Silva, nas pesquisas eleitorais. Lula é visto como um fator de risco para os investidores estrangeiros porque teme-se que a política econômica implantada pelo governo Fernando Henrique Cardoso seja interrompida. Com isso, o "candidato do mercado" seria o ex-ministro José Serra, do PSDB. Nos últimos dias, no entanto, denúncias envolvendo o ex-tesoureiro da campanha de José Serra ao Senado, Ricado Sérgio, comprometeram ainda mais o desempenho do candidatado tucano na corrida eleitoral. Segundo as pesquisas do Datafolha e do Vox Populi, divulgadas ontem à noite, Lula aparece com ampla vantagem sobre os demais, com mais de 40% das intenções de voto. Já Serra registrou queda, ficando com 17%, embolado com Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS). Os números levam a crer então que a tensão deve continuar e, portanto, as cotações devem seguir mais pressionadas até as eleições em outubro, registrando muitas oscilações no período. Dessa forma, o investidor mais conservador deve preferir as aplicações com menor grau de risco para estar menos sujeito a riscos. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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