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Dólar segue piora dos mercados e sobe 3%; Bovespa cai 13%

Aumento dos temores de recessão gera pessimismo entre os investidores e bolsas mundiais caem fortemente

Por Ana Conceição e da Agência Estado
Atualização:

O dólar fechou em alta de 3% nesta quarta-feira, 15, acompanhando a piora dos mercados acionários com o aumento dos temores de uma recessão econômica mundial. A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 2,165, após ter chegado a disparar quase 5% durante o dia.  Os mercados mundiais acentuaram suas perdas nesta tarde reagindo às declarações dadas pelo presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Ben Bernanke. Veja também: Consultor responde a dúvidas sobre crise   Como o mundo reage à crise  Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise A cronologia da crise financeira  Dicionário da crise  Destacando as ameaças ao crescimento econômico, Bernanke alertou que os mercados de crédito levarão tempo para descongelar e acrescentou que, mesmo se os mercados financeiros se estabilizarem, a economia não irá se recuperar logo em seguida. O "livro bege" do Fed também mostrou que a atividade econômica e o mercado de empregos sofreram um enfraquecimento em todos os 12 distritos do Federal Reserve em setembro. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), caía 13,76% às 16h52, aos 35.849 pontos. Em Nova York, o O Dow Jones fechou em queda de 7,87%, a maior desde 1987. O SP-500 caiu 9,04% e o Nasdaq recuava 8,47%. JPMorgan anunciou queda de 84,5% em seu lucro líquido no terceiro trimestre deste ano em comparação com igual intervalo do ano passado. O Wells Fargo & Co. registrou queda de 22% no lucro líquido do terceiro trimestre deste ano ante o mesmo período do ano passado. As ações de JPMorgan caíam 1,72%, enquanto que as do Wells Fargo estavam em alta de 2,92%. As ações do setor de energia também recuam junto com o preço do petróleo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato futuro para novembro fechou em queda de 5,20%, em US$ 74,54. As companhias de mineração e fabricantes de refrigerantes advertiram sobre a desaceleração das economias pelo mundo. Isso pressiona a expectativa quanto aos balanços dessas empresas, apesar da melhora dos mercados de crédito desde a intervenção do Tesouro dos EUA e de outros governos. Traders disseram que parte das vendas de ações no período da tarde vieram de resgates em fundos mútuos e de hedge. Na medida em que clientes nervosos procuram sacar dinheiro, os fundos são forçados a vender ações e perdem o poder de negociar o preço. "O que começou como uma preocupação sobre o mercado de crédito e a indústria de serviços financeiros se expandiu para um temor mais abrangente sobre o crescimento econômico global", afirmou Larry Smith, chefe de investimentos da Third Wave Global Investors. "Por algum tempo os exportadores podem ter um período mais difícil que os importadores." Em um sinal da extensão da desaceleração global, a mineradora australiana Rio Tinto advertiu que vai rever os gastos de curto prazo em seu programa de investimentos e reduzir a produção de alumínio. Nos EUA, o Departamento de Comércio informou esta manhã que as vendas no varejo caíram 1,2% em setembro ante agosto, registrando a terceira queda consecutiva e o maior declínio desde agosto de 2005.

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