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Dólar sente saída de investimento estrangeiro e tem nova alta

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Por Silvio Cascione
Atualização:

A turbulência nos mercados internacionais voltou a impulsionar o dólar nesta quarta-feira, com a saída de investidores estrangeiros em meio à maior perspectiva de recessão nos Estados Unidos. A moeda norte-americana subiu 1,14 por cento, para 1,773 real. Apesar da alta no dia, o dólar ainda exibe desvalorização de 0,23 por cento em janeiro. Os mercados globais tiveram um dia de muita volatilidade. Em Wall Street, as bolsas passaram a maior parte do tempo em baixa devido à decepção com o balanço da Intel --o lucro e as projeções menores do que o esperado alimentaram o temor de uma crise mais profunda nos Estados Unidos. Os dados de inflação também não colaboraram. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) não foi tão ruim como alguns temiam, mas teve a maior alta anual desde 1990, puxado pela alta dos preços de energia. Esse cenário afugenta investidores estrangeiros do país e ajuda a impulsionar o dólar. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira, o país assistiu à saída de 2,18 bilhões de dólares até o dia 11 deste mês. O déficit ocorreu devido à retirada de 3,495 bilhões de dólares nas operações financeiras --compostas, em parte, pelas transações na bolsa de valores. Nesse período, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acumulou queda de 3 por cento, com a saída de 1,875 bilhão de dólares em aplicações de estrangeiros. Nesta quarta-feira, o principal índice da bolsa caía mais 2,21 por cento, já abaixo dos 60 mil pontos. "Com a crise lá, as bolsas ficam em queda no mundo inteiro", disse Vanderlei Arruda, gerente de câmbio da corretora Souza Barros. "Quem tem aplicações nos mercados emergentes e podem ainda auferir lucro no valor investido vai tirar isso." Mesmo com a menor oferta de dólares, o BC veio ao mercado no final da sessão e realizou um leilão de compra da moeda. A autoridade monetária definiu taxa de corte a 1,7680 real e aceitou, segundo operadores, ao menos uma proposta.

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