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Dólar será decisivo para inflação no 2º semestre

A avaliação é do coordenador do IPC-Fipe, explicando que o motivo é a alta deflação do grupo de Alimentação e de produtos eletroeletrônicos - que estão diretamente ligados ao câmbio

Por Agencia Estado
Atualização:

O comportamento do dólar nos próximos meses será decisivo para a inflação na capital paulista, segundo avaliação do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Paulo Picchetti. Isto porque, de acordo com ele, a maior parte dos produtos com deflação no indicador pertence ao grupo Alimentação ou são artigos eletroeletrônicos, itens fortemente influenciados pela cotação da moeda norte-americana. "Se a moeda subir, mesmo que não seja em grande escala, o reflexo será grande sobre estes conjuntos de preços. Por isso, ainda é cedo para voltar a rever a projeção para o IPC ou para a inflação no ano", analisou. Picchetti disse que não há o temor de que a inflação fuja do controle, mas o IPC poderá ser bem diferente na segunda metade do ano, em relação ao primeiro semestre, que acumula, até maio, taxa inferior a 0,50%. "Muito boa" De acordo com ele, mesmo que a sua projeção para índice, de 4% para 2006, não seja reduzida, esta será uma variação "muito boa", mostrando uma inflação baixa e inferior ao centro da meta perseguido pelo Banco Central, de 4,5%. "Estamos vivendo um baita choque de oferta positiva, principalmente na agricultura, que tem colocado mais produtos que a demanda", disse. Desta forma, segundo o coordenador, não se pode dizer que a situação seja de estabilidade. Picchetti acrescentou que uma nova volatilidade externa, como a verificada em maio, pode interferir na inflação doméstica. "Isto poderá ocorrer, principalmente, porque há uma grande dispersão no comportamento dos preços. A deflação vista em maio não é uma tendência grupal e esta é a minha preocupação", explicou. Somada a um dólar baixo, pelo menos por enquanto, a inflação acumulada em 12 meses pelo IPC-Fipe (1,97%) favorece o atual cenário benigno dos preços.

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