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Dólar sobe 0,16% com fluxos pontuais, apesar de alerta do BC

Por DANIELLE FONSECA
Atualização:

O dólar fechou em leve alta ante o real nesta quinta-feira, com fluxos pontuais de saída em um dia de baixo volume de negócios, apesar do alerta de que o Banco Central poderá intervir no mercado de câmbio no final do ano para prover liquidez. A moeda norte-americana subiu 0,16 por cento para 2,0985 reais na venda, mantendo-se no maior nível de fechamento desde o dia 15 de maio de 2009, quando encerrou em 2,109 reais. Durante o dia, o dólar oscilou entre 2,0892 reais e 2,0990 reais. Segundo dados da BM&F, o volume negociado foi de 2,156 bilhões de dólares. "Hoje é feriado nos EUA e o volume fica mais fraco, o que faz com que a moeda fique mais volátil e suscetível a algumas operações. Uma operação maior já pode mexer com o câmbio", disse o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel. O dólar inicialmente caiu depois que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que o BC pode prover liquidez ao mercado de câmbio no fim do ano, quando a demanda por dólares é maior no país. Os comentários deixaram os mercados em alerta sobre uma possível atuação do BC, mas investidores ainda se perguntam se o banco continuará a defender o nível de 2,1 reais para o dólar, ou se deixará a moeda subir mais para impulsionar a economia. "O Tombini disse que pode voltar a intervir no mercado para dar liquidez, mas confesso que ainda não está claro o que pode acontecer. A moeda está subindo mas ainda não bateu 2,10 reais, prefiro esperar para ver que tipo de postura o BC vai adotar quando isso acontecer", acrescentou o Battistel. As dúvidas do mercado sobre o futuro do real cresceram nesta semana após uma série de declarações de outros integrantes do governo. No início da semana, a presidente Dilma Rousseff sugeriu em entrevista que o governo poderia favorecer um dólar mais valorizado para impulsionar a atividade econômica. A fala da presidente levou o dólar a encostar em 2,10 reais na quarta-feira. Por sua vez, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na quarta-feira que a intenção do governo é atuar o mínimo possível no câmbio. Segundo ele, as altas recentes do dólar se devem à maior apreensão dos mercados com o desempenho das economias maduras. No mês de novembro, o dólar já avançou 3,36 por cento, acompanhando uma maior aversão ao risco no cenário internacional, além de uma tendência natural de saída de dólares do país no final do ano devido a remessas de recursos de multinacionais instaladas no Brasil para suas matrizes no exterior. Uma forma de dar liquidez ao mercado seria não rolar os contratos de swap cambial reverso --equivalentes a uma compra de dólares no mercado futuro-- que vencem no início de dezembro, decisão que se for tomada poderá pressionar o dólar para baixo. (Reportagem de Danielle Fonseca)

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