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Dólar sobe 0,49% com mercado de olho no BC e Ptax do mês

Por DANIELLE FONSECA
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O dólar fechou em alta ante o real nesta quarta-feira, apesar de um maior otimismo nas discussões sobre o abismo fiscal nos Estados Unidos, pois investidores testavam a tolerância do Banco Central a um real mais desvalorizado. Alguns investidores também tentavam influenciar o valor do dólar para obter uma cotação mais favorável para a Ptax -- a média ponderada calculada pelo BC -- no final do mês. A moeda norte-americana fechou em alta de 0,49 por cento, a 2,0901 reais na venda. Durante o dia, oscilou entre 2,0830 reais e 2,0950 reais. Segundo dados da BM&F, o volume negociado estava em torno de 1,436 bilhão de dólares. "Depois de declarações sobre o abismo fiscal, as bolsas e moedas lá fora melhoraram, mas aqui continuamos com algum movimento especulativo", disse o economista-chefe da BGC Liquidez, Alfredo Barbutti. Investidores especulam se o BC irá atuar novamente no mercado de câmbio, oferecendo o restante dos contratos de swap cambial tradicional que não foram vendidos na semana passada. Na sexta-feira, quando o dólar se aproximava de 2,12 reais-- a autoridade monetária anunciou um leilão de swap cambial tradicional, operação que equivale a venda de dólares no mercado futuro. O BC vendeu 32.500 contratos de uma oferta de até 62.800 contratos com vencimento dia 3 de dezembro, quando também expiram 62.800 contratos de swap reverso. Como o BC deixou o dólar romper o nível de 2,10 reais, parte do mercado interpretou que a banda informal de 2 a 2,10 reais estaria sendo deslocada para cima. Esta especulação também se baseia em declarações de autoridades do governo, que têm mostrado preferência por um dólar mais forte para estimular a indústria nacional. Na sexta-feira, impulsionando a alta da moeda, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a taxa de câmbio estava num patamar razoável, porém não totalmente satisfatório. Outro fator que pode estar estimulando a alta do dólar é briga pelo fechamento da Ptax de novembro. A taxa do último dia do mês é usada como referência para várias operações, sendo comum uma maior volatilidade próximo ao seu fechamento, com agentes do mercado buscando uma taxa mais favorável para seus negócios. "É bem possível que o mercado volte testar um nível mais alto da moeda e começa aquela briga pela Ptax. Vejo chances de a moeda subir mais um pouco nos próximos dias", disse o operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold. Mais cedo, também colaborou para a alta da divisa norte-americana ante o real o movimento de maior aversão ao risco no exterior, diante de temores de que as discussões sobre o abismo fiscal norte-americano não estavam avançando. No entanto, a aversão global a risco diminuiu na parte da tarde após declarações do presidente da Câmara dos Estados Unidos, John Boehner, que expressou otimismo de que os republicanos podem alcançar um acordo com a Casa Branca para evitar as medidas de austeridade no final do ano. Essa questão, no entanto, deve manter investidores cautelosos nas próximas semanas. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta-feira esperar que um acordo seja alcançado até o Natal. Às 17h41, o euro caía 0,12 por cento ante o dólar, que, por sua vez, caía 0,08 por cento ante uma cesta de divisas. (Reportagem de Danielle Fonseca)

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