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Dólar sobe 0,9% ante real após Tombini indicar que programa de swap não crescerá

Por BRUNO FEDEROWSKI
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O dólar fechou em alta nesta quinta-feira após o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, indicar que o programa de atuações no câmbio não deve crescer mais, após ter atingido o nível de cerca de $100 bilhões de dólares em contratos em circulação. A moeda norte-americana subiu 0,9 por cento, a 2,5295 reais na venda, terminando perto da máxima do dia, de 2,5332 reais, após operar com leves variações durante a maior parte da sessão. O giro financeiro ficou baixo, tanto no mercado à vista quanto no futuro, devido ao feriado do Dia de Ação de Graças, que manteve fechados os mercados norte-americanos. Foram negociados apenas cerca de 180 mil contratos de dólar para dezembro, abaixo da média diária de 300 mil deste mês. Já na câmara de dólar pronto da BM&F, apenas 600 milhões de dólares trocaram de mãos. Tombini afirmou, em entrevista coletiva logo após o Palácio do Planalto anunciar que ele continuará à frente do BC no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, que o atual estoque de swaps cambiais --que, segundo dados da véspera, equivalia a uma posição vendida de cerca de 105 bilhões de dólares-- "já atende de forma significativa" à demanda por proteção cambial da economia. "O BC não vê problema em ficar vendido em 100 bilhões de dólares, mas parece que não tem disposição para aumentar essa posição", disse o estrategista da corretora Coinvalores Paulo Celso Nepomuceno. "Isso significa que vai ter que diminuir bastante a atuação", acrescentou. A autoridade monetária vem atuando diariamente no mercado de câmbio desde agosto do ano passado para oferecer proteção cambial e limitar a volatilidade da moeda. Alguns analistas criticam a intervenção constante, acusando-a de criar distorções que podem prejudicar a economia brasileira. Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 3 mil contratos para 1º de junho e 1 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,8 milhões de dólares. O BC também vendeu nesta sessão a oferta integral de até 14 mil swaps naquele que deve ser o último leilão para rolagem dos contratos que vencem em dezembro. Com isso, rolou quase todo o lote que vence na semana que vem, equivalente a 9,831 bilhões de dólares. O próximo lote de swaps vence em 2 de janeiro e equivale a 9,827 bilhões de dólares. Até as declarações de Tombini, o dólar vinha mostrando leves variações, com investidores esperando o anúncio da próxima equipe econômica. Além do presidente do BC, o governo anunciou Joaquim Levy como ministro da Fazenda e Nelson Barbosa como ministro do Planejamento. Investidores reagiram bem aos nomes, avaliando que a presidente Dilma Rousseff reconhece a necessidade de mudança na política econômica, criticada por contribuir para o atual quadro de inflação alta e crescimento baixo. Foram bem recebidas, por exemplo, declarações de Levy de que o setor público perseguirá em 2015 uma meta de superávit primário de 1,2 por cento do Produto Interno Bruto, e a partir daí não menor do que 2 por cento. A política fiscal vem sendo acusada de ser excessivamente expansionista e pouco transparente.

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