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Dólar sobe 3,22% no mês e mercado prevê mais volatilidade

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Por Silvio Cascione
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O dólar fechou estável nesta sexta-feira, apesar da menor aversão ao risco, mas encerrou novembro com alta de 3,22 por cento. A expectativa de analistas é de que o câmbio mantenha-se volátil até o final do ano, ainda pelas incertezas sobre o impacto da crise de crédito sobre o crescimento dos Estados Unidos e por questões sazonais. A moeda norte-americana terminou o dia a 1,794 real. Em 2007, a divisa ainda acumula queda de 16 por cento em 2007. O dólar começou a sessão em baixa de mais de 1 por cento. A estréia das ações da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), que atraiu muitos estrangeiros, era um dos fatores que reforçava o fluxo cambial positivo, segundo operadores. Além disso, os investidores aumentaram o apetite pelo risco após comentários do chairman do Federal Reserve. Ben Bernanke reconheceu, na quinta-feira, que a turbulência financeira nas últimas semanas afetou as projeções de expansão do país. Isso aumentou a expectativa de redução do juro na reunião de 11 de dezembro. Assim, o risco Brasil caiu mais de 10 pontos-básicos à tarde, e as moedas de outros países emergentes ganharam terreno diante do dólar. Mas perto do final da sessão o câmbio repetiu o comportamento da véspera e a queda do dólar foi anulada. Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do Banco Paulista, disse que o movimento se deu por motivos técnicos. "Foi uma falta de dólar no mercado à vista... mas nada de anormal", disse. Marcelo Voss, economista-chefe da corretora Liquidez, acrescentou que as bolsas norte-americanas, que também subiam pelos comentários de Bernanke, diminuíram o ritmo na mesma hora. "Foi uma acomodação natural de mercado." "A liquidez não está muito boa. Agora, na parte da tarde, está bem devagar", disse Renato Schoemberger, operador da Alpes Corretora, indicando que a entrada efetiva de dólares para a BM&F pode ter sido menor que a estimada. DEZEMBRO A instabilidade dos últimos dias, provocada pelos temores com a crise global de crédito, deve continuar em dezembro, mês em que tradicionalmente há mais remessas de lucros e menor liquidez no mercado. "Além da volatilidade que vem de fora, você tem uma volatilidade comum de fim de ano. Sazonalmente o dólar dá uma acelerada", afirmou Jorge Knauer, gerente de câmbio do Banco Prosper, no Rio de Janeiro, explicando que muitas operações de comércio exterior são antecipadas para a primeira quinzena do mês devido às festas de fim de ano. "Vai ficar cada vez mais difícil prever o que vai acontecer com o dólar no mês. Não é um momento bom para montar um posição. Quem pode ficar zerado, vai ficar", acrescentou.

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