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Dólar sobe com expectativa por vencimentos

O pronunciamento da cúpula petista, que indicou o coordenador da equipe de transição, não trouxe novidades. Mas o vencimento de US$ 2 bilhões em cambiais na sexta-feira pressionou um pouco o dólar. Os mercados internacionais voltam a cair com mais força.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os mercados internacionais cederam com os dados que mostraram queda forte na confiança do consumidor norte-americano. A Conference Board divulgou que seu índice de confiança do consumidor caiu para o menor nível desde novembro de 1993 e mostra que a desconfiança é ainda maior quanto ao futuro da economia. O consumo responde por dois terços da atividade econômica dos EUA e preocupa os analistas. As bolsas em Nova York despencaram, arrastando os demais mercados mundiais, mas ainda com pouco efeito sobre os brasileiros. Segundo o instituto, as condições reprimidas dos mercados de trabalho, a ameaça de um conflito militar entre os EUA e o Iraque e o prolongado declínio dos mercado acionário foram os fatores que teriam dinamitado a confiança dos consumidores. O levantamento reforçou apostas de que o Federal Reserve - banco central norte-americano - poderá agir na próxima quarta-feira, promovendo um alívio das taxas de juro. O vencimento de US$ 2 bilhões de dívida cambial na próxima sexta-feira foi o principal responsável pela alta do dólar nesta manhã. Os investidores que têm os contratos cambiais que podem ser liquidados pelo Banco Central já saíram às compras de dólares para repor antecipadamente suas posições e pressionaram a cotação da moeda norte-americana. No leilão de hoje, foram rolados 48,6% do vencimento. Os especialistas explicam que, mesmo passada a eleição presidencial que ratificou Lula como novo presidente do Brasil, o mercado segue com boa parte das incertezas que existiam durante a campanha. É certo que os investidores absorveram a vitória de Lula e estão um pouco mais tranqüilos quanto ao processo de transição. Mas os operadores afirmam que a normalidade do mercado somente será tomada no decorrer do tempo, conforme o governo eleito for delineando e apresentando à sociedade a forma como conduzirá a administração da política econômica. Os profissionais de mercado ouvidos pela Agência Estado destacaram também que a expectativa em torno do anúncio da equipe de transição diminuiu no decorrer desta manhã. O mercado, porém, não se surpreendeu com a nomeação de Antônio Palocci como coordenador da transição. O presidente eleito foi claro ao afirmar ontem que os nomes da transição serão técnicos e que, somente depois, aos poucos, irá costurar seu ministério levando em conta, inclusive, as alianças que fez durante a campanha. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) oscilou muito entre o campo positivo e negativo, com os investidores avaliando o impacto da reestruturação da dívida da Globopar, a holding das Organizações Globo, e os efeitos que poderá ter em outras empresas endividadas em dólar. Além disso, o mercado doméstico foi prejudicado pelo nervosismo que tomou conta dos negócios em Wall Street. Mercados Às 15h, o dólar comercial era vendido a R$ 3,8150, em alta de 0,93% em relação às últimas operações de ontem, oscilando entre R$ 3,8000 e R$ 3,8500. Com esse resultado, o dólar acumula uma alta de 64,72% no ano e queda 1,55% nos últimos 30 dias. Veja aqui a cotação do dólar dos últimos negócios. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagavam taxas de 23,350% ao ano, frente a 23,270% ao ano ontem. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 têm taxas de 27,390% ao ano, frente a 27,000% ao ano negociados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operava em queda de 0,24% em 9550 pontos e volume de negócios de R$ 339 milhões. Com esse resultado, a Bolsa acumula uma baixa de 29,62% em 2002 e alta de 9,65% nos últimos 30 dias. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, 21 apresentam alta. Mercados internacionais Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - operava em queda de 1,52% (a 8240,8 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - cai 2,44% (a 1283,71 pontos). O euro era negociado a US$ 0,9847; estável em relação ao fechamento de ontem. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, estava em baixa de 1,83% (432,81 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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