Publicidade

Dólar tem 4a baixa seguida mas 'respeita' marca de R$1,75

Por JOSÉ DE CASTRO
Atualização:

O dólar cravou a quarta queda seguida ante o real, mas ainda manteve-se acima de 1,75 real nesta quarta-feira, em meio à valorização dos mercados externos num dia fraco de indicadores. A moeda norte-americana caiu 0,11 por cento, a 1,753 real na venda, engatando a maior sequência de baixas desde o início de abril e acumulando nas últimas quatro sessões baixa de 1,2 por cento. Na mínima do dia, a cotação chegou a 1,748 real, alimentando as expectativas de uma atuação mais firme do Banco Central no mercado de câmbio. Para o gerente de câmbio da Corretora Souza Barros, Luiz Antônio Abdo, o governo até pode intervir com mais força, mas antes testaria opções menos contundentes, evitando uma atuação mais direta sobre a taxa. "Acredito que poderia, antes de agir mais diretamente no câmbio, realizar ações indiretas, como oferecer incentivos a exportadores ou taxar as importações. Dessa forma, agiria mais no sentido tributário, fechando a porta para mais especulações", disse. No final de julho, a autoridade monetária consultou de maneira informal mesas de bancos dealers para avaliar uma eventual demanda por contratos de swap reverso, deixando o mercado na expectativa. Contudo, para Moacir Marcos Junior, operador de câmbio da Interbolsa Brasil, "o mercado não está mais trabalhando com o (swap) reverso". Ele justifica tal visão ao afirmar que "o BC não falou mais nada depois dessa sondagem, diminuindo a apreensão com a operação". O operador atribuiu a queda do dólar nesta sessão principalmente ao comportamento dos mercados internacionais, com as bolsas de valores norte-americanas em alta amparadas por perspectivas positivas para o setor de consumo. Contra uma cesta de moedas, a divisa norte-americana operava praticamente estável. De volta ao mercado doméstico, Abdo, da Corretora Souza Barros, acredita que os números relativos ao fluxo cambial divulgados mais cedo precedem uma nova rodada de entradas de moeda estrangeira no país. "Os dados de fluxo vieram bons. Mesmo assim, o espaço para mais quedas do dólar é limitado devido ao suporte em 1,75 (real) e a uma eventual atuação do BC", acrescentou. Segundo a autoridade monetária, quase 600 milhões de dólares entraram no Brasil na semana passada, levando o fluxo positivo de agosto, até o dia 13, para 2,362 bilhões de dólares.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.