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Dólar tem maior alta diária em 9 meses e Bolsa desaba

A forte queda nos mercados teve como gatilho o declínio de 8,9% da bolsa de Xangai, com temores de medidas para conter especulações e esfriar economia

Por Agencia Estado
Atualização:

O dólar registrou nesta terça-feira o maior avanço diário desde maio do ano passado, refletindo uma deterioração dos mercados globais por preocupações com um desaquecimento econômico na China e nos Estados Unidos. O leilão de compra de dólares feito pelo Banco Central à tarde ajudou a acentuar a alta da moeda norte-americana. O dólar fechou a R$ 2,1200, no patamar máximo do dia, com avanço de 1,73%. Durante o dia, o dólar oscilou até a mínima de R$ 2,1000 - patamar acima do fechamento de segunda-feira, que foi de R$ 2,0840. Com o resultado desta terça, o dólar registra queda de 0,19% em fevereiro. O forte movimento de realização de lucros nos mercados globais teve como gatilho o declínio de quase 10% da bolsa de Xangai, com temores de medidas do governo para conter especulações e esfriar a economia. Dados piores que o esperado dos EUA, após o ex-chairman do Federal Reserve Alan Greenspan ter dito na véspera que a maior economia mundial pode entrar em recessão no fim do ano, ampliaram a aversão a risco dos investidores. No Brasil, o Ibovespa - que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) - está desabando nesta tarde. Por volta das 16h45, atingiu a mínima do dia, com 43.186 pontos, uma queda de 6,54%. Em Nova York, as bolsas também estão em forte queda. O Índice Dow Jones - que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - a queda é de 2,20%. A Nasdaq - bolsa que negocia ações do setor de tecnologia e Internet - a perda é de 3,14%. Não há nenhuma ação do Ibovespa operando em alta. As ações mais negociadas registram fortes perdas. As preferenciais (PN, sem direito a voto) Petrobras PN caem 5,28% e Vale PNA está em queda de 8,02%. O volume financeiro soma R$ 3,925 bilhões e projeta R$ 5,05 bilhões para o encerramento. Preocupações com a China Sem nenhuma notícia específica e apenas com base em rumores do mercado, os investidores passaram a avaliar o risco de restrições aos investimentos na China. A bolsa do país computou a maior perda em dez anos e a quarta desde que foi criada em 1990. O índice Xangai Composto caiu 8,9%, reduzindo para 14% os ganhos acumulados este ano e após ter computado uma impressionante alta de 130% no ano passado. Operadores não identificaram nenhum notícia específica que propiciasse a queda e atribuíram o movimento à realização de lucros em ativos de grande capitalização protagonizada principalmente por investidores institucionais - ou seja, venda das ações para apurar o ganho obtido nos últimos dias. Mas os bastidores foram movimentados por especulações de que o governo poderá tomar medidas para conter os investimentos na reunião anual do congresso chinês, que começa em 5 de março. Segundo operadores, as especulações são de aumento do juro e de impostos, o que diminuiu a atratividade do investimento em ações. Estas medidas teriam o objetivo de combater movimentos especulativos, que vêm impulsionando o mercado, e esfriar a economia.

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